Homens&Pássaros

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Domingo, 21 / 02 / 10

A 29ª pequena história de um acontecimento

Também não precisava tanto!
Esta desordem no quarto
na sala
na estante.

 

A vida é uma moda de viola
um palmo de terra
uma voz que consola
um canto.

 

Pra que esta garrafa
este copo
este sangue?

 

Pra que esta faca
este rosto lívido
estes olhos brancos?

 

A vida é uma moda de viola
um palmo de terra
uma voz que consola
um canto.

 

Pra que este corte fundo
este suor que escorre
este sangue?

 

Pra quê?
Se tudo que eu fiz
foi lhe dizer:
se manque!...

.
TõeRoberto-04:078

publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Quarta-feira, 29 / 10 / 08

O PORCO

Textos Escolhidos

 

O porco já foi um animal de extrema importância na economia doméstica de muitos povos, inclusive dos brasileiros.

As pessoas do interior engordavam o seu porquinho em chiqueiros feitos no fundo dos quintais das casas.

Engordar o porco era um ritual coletivo: todos os vizinhos participavam.

Um pouco de milho daqui, umas verduras murchas de acolá, um resto de comida dali e... depois de meses: o dia do porco!

Matar o porco era um ritual digno de registro.

Muitas pessoas se envolviam e se locomoviam para participar do grande evento: homens, mulheres, crianças e o grande astro - o carrasco!

Escolhido a dedo, detentor de técnica apurada, ele sangrava o porco sem que o animal soltasse um grunhido sequer.

Existia um respeito para com o abate do animal.

Sangrado, os homens faziam a sua parte: sapecavam, pelavam e abriam o bicho; o resto era com as mulheres.

Elas destrinchavam o porco e separavam cada parte do animal para ser usada adequadamente.

Durante todo o dia: lingüiças, torresmos, carnes fritas, chouriços doces e salgados, pururucas e tachos de misturas negras, ferventes, na confecção do sabão.

Os homens riam, bebiam cachaça, comiam torresmos, pinicavam a viola, cantavam e, acima de tudo, jogavam o truco.

Os meninos levavam, de porta em porta, um pedaço de carne ou toucinho, uma lingüiça, um prato de torresmos ou um chouriço para os vizinhos que ajudaram a engordar o porco.

Gordura e carnes, já prontas, eram guardadas em latas de vinte litros para aguardar a engorda e o dia do próximo porco.

A lata e a gordura eram a geladeira da época.

Uma época de comportamento humanitário.

Tudo se foi: a criação de porcos, o respeito pelos animais e o comportamento humanitário.

Um dia, os grandes frigoríficos chegaram e impuseram leis restringindo este tipo de atividade doméstica.

Hoje, o porco se encontra congelado nas prateleiras dos supermercados.
.
(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB

música: Anônimo Veneziano - Franck Pourcel
publicado por Antonio Medeiro às 05:18
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