Homens&Pássaros

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Terça-feira, 20 / 07 / 10

Às vezes

Às vezes estou assim
embriagado de madrugada
pleno de poemas arteiros
que fogem pra não sair.

Às vezes eu fico assim
madrugador da embriaguez
arteiro de poemas plenos
que saem pra não fugir.

Às vezes não estou assim
às vezes não fico assim
às vezes estou dormindo
e o poema ri de mim.
(Santos/SP-Domingo/04:22hs)

publicado por Antonio Medeiro às 10:35
Terça-feira, 22 / 06 / 10

Remédio

Um poema há de ser remédio
pra alma
pro desatino
senão de que adianta
sentir
viver
existirmos?

publicado por Antonio Medeiro às 09:53
Domingo, 20 / 12 / 09

O mar

Ontem à tarde, sentado diante do mar de João Pessoa - aquela cervejinha gelada - me veio à cabeça o poema "Privilégio do Mar", de Drummond.

"Neste terraço mediocremente confortável
bebemos cerveja e olhamos o mar.
Sabemos que nada nos acontecerá.

O edifício é sólido e o mundo também.

Sabemos que cada edifício abriga mil corpos
labutando em mil compartimentos iguais.
Às vezes, alguns se inserem fatigados no elevador
e vêm cá em cima respirar a brisa do oceano,
o que é privilégio dos edifícios.

O mundo é mesmo de cimento armado.

Certamente, se houvesse um cruzador louco,
fundeado na baía em frente da cidade,
a vida seria incerta... improvável...
Mas nas águas tranqüilas só há marinheiros fiéis
.Como a esquadra é cordial!

Podemos beber honradamente nossa cerveja."

Declamando o poema mentalmente, aconcheguei-me na cadeira, sorvi vagarosamente, aos goles, aquela maravilhosa cerveja e bati o pé no chão.

Realmente, o edifício era sólido e pessoas, com ar de cansadas, respiravam a brisa fresca do mar.

E na baía, diante de mim, no horizonte azul do mar de João Pessoa, apenas 01 ou 02 velas brancas - longe - e 01 ou 02 gaivotas - em voo calmo - ameaçavam a paz da humanidade.

Em Brasília, nada disso sabem.

Sabem apenas que o Brasil é deles e navega em águas mansas - marinheiros fidelíssimos - e esquadras cordiais.

A cerveja, não sei se Skol, desceu redonda e eu senti no peito o privilégio de estar diante do mar e de - afinal de contas - ser brasileiro, mesmo que honradamente...

O garçom, sem nada saber, me trouxe outra cerveja.

No horizonte, velas e gaivotas se fundiram e o cavalo negro da noite sobrevoou o verde mar de João Pessoa com suas asas enluaradas.

.
TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Sexta-feira, 18 / 09 / 09

Antilirismo

O poema da folha
branca, branda, ampla
quadrática
sistemática
burocrática
de timbre dourado
bitolado
o poema sem cor
branco, brando, amplo
confina-se ao acaso.

 

O poeta antilírico
quadratizado
sistematizado
burocratizado
bitolado

relê
trelê
e fica triste
com a impossibilidade
de fazê-lo belo.

.
TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Quinta-feira, 13 / 08 / 09

A CHUVA

A chuva cai
no meu interior (?)
longínquo.

 

Ai!
Como é bela
a cisma
a rima
desse poema agora
que chora
(outrora)
imola-se
e saí por aí.

 

(Soluço!)

.

TõeRoberto-post in jampa/pb

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Segunda-feira, 12 / 01 / 09

O ACONTECIMENTO I

Poemas Escolhidos

 

Jogo fora o anseio dos meus olhos:
cansado vim
cansado estou
cansado passo.

 

Não há nada nos limites desse tempo
que me faça esquecer todas as minhas mortes.

.
TóeRoberto-10:22-post in jampa/pb

música: Variadas
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Sexta-feira, 26 / 12 / 08

A BUSCA

Poemas Escolhidos

 

Para Marco Antônio Pietragalla

 

Busquei em vão
a explicação do ato.

 

Julguei-me vivo
por questão de medo.

 

Amei a morte
por mero disfarce.

 

Pulsei as veias
pra matar suspeitas.

 

Brilhei os olhos
pra fingir-me claro.

 

Movi os lábios
pra fazer-me lindo.

 

Amei o intacto
pra fugir da briga.

 

Forjei o enredo
do malabarista.

 

Subi na corda
fui um mau artista.

.
TõeRoberto-10:06-post in jampa;pb

música: Every Day Of My Life - Bobby Vinton
publicado por Antonio Medeiro às 04:42
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