Homens&Pássaros

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Quarta-feira, 08 / 06 / 11

Depois de tudo

Depois de tudo estou bem.
Os anos me pintaram de azul
e brilho com força, com magia
o meu corpo nu.

Estou claro
estou limpo
estou pleno
estou forte
estou aqui esperando
o instante de me tornar novamente
o que sou.

Eu sou brilho
sou estrela
sou planeta
sou a flor
e espero
em segredo
o novo tempo que há de vir
seja na alegria
na esperança
ou na dor.
(São Paulo/Sp)

publicado por Antonio Medeiro às 15:00
Terça-feira, 01 / 06 / 10

Uma criança nasceu

Comunico a quem possa ou não interessar no Iraque, no Afeganistão, no Líbano, nos Estados Unidos, na China, em Cuba, na França, na Itália, na Inglaterra, na Argentina, na Oceania, no Canadá, na Alemanha, na Índia, no Chile, no Brasil - para todos os cantos do mundo, enfim - que a minha Neta nasceu.

Uma criança... apenas uma criança!

Com sua carinha indefesa, seus olhinhos fechados, sua boquinha sedenta pela seiva da vida - o seio materno.

Uma criança nasceu!...

Comunico ao Bush, ao Sarkozy, à Merkel, ao Papa, à Rainha Elizabeth, aos donos da Volks, da GM, da Chevrolet, da IBM, da Microsoft; aos donos da Telemar, da Peugeot, da Boeing, da Tam, da Shell, da Texaco; aos donos do Barcelona, do Manchester, do Milan; ao Fidel, ao Chaves, ao Kirchner, à Bachelet, ao Lula que a minha Neta nasceu.

Um acontecimento simples e fantástico: a minha Neta nasceu!

Eu sei que vocês não entendem, da minha parte, tamanha desfaçatez.

Devem pensar que sou louco... ou, simplesmente... louco!

Mas digo: será que os negócios das bolsas, o valor do Dólar, do Euro, do Marco, do Iene, do Peso; o sangue das guerras inacabáveis, as disputas desiguais pelo petróleo, a globalização, o avanço tecnológico, o dinheiro guardado nos paraísos fiscais, a exploração inexorável dos trabalhadores na Ásia, a expansão burra e mesquinha do agronegócio, a hipocrisia da Globo, a insensibilidade dos políticos e dos empresários brasileiros; será que tudo isto é mais importante que o nascimento da minha Neta?

Senhores, por favor!

Parem tudo!

Minha Neta nasceu!

Querem algo maior que ser dono de todo o petróleo do mundo?

Muito melhor que ser dono da Microsoft?

Mais prazeroso que jogar bombas no Iraque?

Mais lindo que o maior pôr-do-sol do mundo?

Mais romântico que uma noite de lua cheia?

Mais gratificante que ser um operário e governar o Brasil?

Senhores, por favor?

Parem as suas guerras, os sofrimentos dos povos, as fábricas de miséria, a construção de mísseis, a confecção de armas biológicas, as reuniões intermináveis, o fundamentalismo religioso e econômico, a destruição do planeta e venham prestar homenagens à vida.

Venham para Natal - Rio Grande do Norte - Brasil - América do Sul - Terra - entrem na fila, peçam licença e olhem, apenas olhem, por um segundo, aquele rostinho iluminado e mágico e percebam que apesar de todas as suas misérias - misérias de vocês - a raça humana ainda pode ter solução.

E que as suas questões de poder - de todos vocês, crianças más - perto destes olhinhos verdes, não passam de fumaça na curta existência humana.

Por favor, sejam humildes!

Dobrem o espinhaço e façam reverências!

A minha Neta nasceu!

A vida se esmera... e o planeta não é mais o mesmo.

Nem eu!!!

Bem-vinda, Nayanna ou Jaya, o mundo te aplaude de pé!

E fiquei mais rico; já tenho dois, agora três!...

publicado por Antonio Medeiro às 07:25
Segunda-feira, 29 / 06 / 09

SE EU FOSSE DEUS

Se Eu fosse Deus começaria tudo de novo!

A coisa não tem mais jeito. A continuar assim a minha tão perfeita criação vai se extinguir.

Primeiro Eu arrumaria um jeito - não se esqueça que sou Deus - de sumir com esta praga que tomou conta do planeta: nós!

Sei lá: arrumaria uma prisão-escola numa galáxia distante e colocaria todos nós lá, para que Eu pudesse ficar em paz para dar um jeito de arrumar a bagunça que está aqui embaixo.

A bagunça é tão grande que, mesmo sendo Deus, Eu iria demorar um bocado de tempo pra colocar tudo em ordem.

Vejamos:

A) - diminuir as cidades; devolver aos seus lugares primitivos os rios, os lagos, as montanhas; devolver aos seus lugares as plantas, as flores, os frutos, as aves, os animais, os peixes, as chuvas; verdejar os desertos, refazer as geleiras; refazer o verão, o outono, o inverno e a primavera; despoluir os rios, os mares, o ar, o solo; desaparecer com elementos naturais que Eu criei inadvertidamente: tipo urânio, ouro, diamante, prata, entre outros; desaparecer com políticos, empresários corruptos, os senhores da guerra e da fome; sumir com coisas que possam lembrar, poder, riqueza e cobiça.

B) - Devolver ao planeta as serenatas, a poesia, o modo simples de ser; devolver o contato com a natureza; o céu azul, os luares, os pores-de-sol; aquela pescadinha nas manhãs de domingo; aqueles passeios e namoros na pracinha da igreja, à noite, sem medo; aquele joguinho de futebol no campinho da rua de cima; aquela nadadinha no poço do Seu Delorenzo, no riozinho da pequena comunidade.

C) - Devolver as hortinhas de fundo de quintal, o porquinho no chiqueiro, as galinhas no galinheiro, a cisterna de água límpida e - se um pedacinho a mais de terra - aquela vaquinha leiteira.

D) - Devolver a cortesia, a educação: Bom-dia!, fulano. Boa-tarde!, sicrano. Boa-noite!, beltrano.

E) - Devolver a pureza e a educação aos jovens; a graça e a esperança aos velhos; devolver o prazer de pitar, sem culpas, aquele inocente cigarrinho de palha que sempre fez parte da nossa vida; devolver a virtude, a piedade, a compaixão, a amizade e a bondade aos nossos corações insensíveis.

Isto como primeiro passo. Aí Eu descansaria 07 dias e tiraria, dessa vez, a costela de Eva e nos reinventaria de novo.

Aí Eu pensaria mais 07 dias antes de trazer a praga de volta.

Se Eu fosse Deus sonharia com isto todos os dias.

Apenas sonho, porque sei que mesmo sendo Deus, salvar a minha criação é uma tarefa para o Deus que está acima de mim, o Deus das causas perdidas, o Deus que, de vez em quando, me puxa as orelhas por Eu ter criado o predador que está destruindo a minha própria obra-prima.

Se Eu fosse Deus pensaria nisto.

E acho que deixaria a praga na prisão-escola da galáxia distante por pelos menos uns 20 séculos.

Tempo para que tudo voltasse ao normal.
.
TõeRoberto-post in jampa/pb

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Blog de TõeRoberto

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