Ficar velho, ao contrário do que se pensa, é um barato!
Adrenalina pura!, como dizem os jovens.
O que é um salto de Bungee Jump perto da possibilidade de um derrame?
A corredeira de um rio caudaloso, um enfarte?
Um racha na madrugada, um aneurisma?
Um Armageddon, um reumatismo infeccioso?
Uma maconhazinha, um prozac?
Duas pernas quebradas, um Alzheimer?
Uma apendicite, um câncer de próstata?
Um rapel, uma hipertensão fatalizada?
05 trepadas, uma broxada?
O que pode ser mais emocionante - adrenalina pura mesmo! - do que abrir o resultado de um exame?
Do que ficar com os olhos fechados, de manhã, com medo de abri-los e estar morto?
Ficar velho, muito mais que os jovens, é viver no fio da navalha, é equilibrar-se no fio invisível que separa a vida e a morte... é descobrir, além de tudo, que não se é eterno.
E isso quando não fazemos papel de palhaço e rimos de nós mesmos.
Concorde!
Fui ao dermatologista ontem:
Um trem branco na cabeça, um vermelhão na barba, um descascado nos pés.
Um trem vermelho pra passar na cabeça, um troço branco pra passar na barba, um negócio amarelo para passar nos pés.
E um sabonete pra usar sempre.
Cheguei em casa, tomei um banho, me enxuguei, passei no corpo tudo que era de direito, vesti a roupa e comecei a sentir um cheirinho estranho.
Comecei a me cheirar e... cruz-credo!
Eu estava com cheiro de capeta!
Corri para o banheiro e comecei a ler as bulas: o danado do sabonete é feito de enxofre e enxofre desde que eu sou pequeno é o cheiro do capeta.
Agora imagine: um sujeito na meia-idade, na rua, num país absolutamente crente em Deus, com catinga de capeta.
Vai ser véia fazendo o sinal-da-cruz pra tudo quanto é lado e gritando: "te desconjuro, satanás!".
Por isto digo: nascemos cagando e morremos cagados!
Cagados, mas com a adrenalina ó!!!
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TõeRoberto