Homens&Pássaros

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Terça-feira, 13 / 04 / 10

Artesão

Impossível sorrir quem não sonhar
a casa
a oficina
o artesão
ofícios de leveza
versos finos
verdes linhas de pureza
e paixão.

À oficina doe asas azuladas
mãos de veludo
pés de anjo ao artesão
e atente-se ao mergulho
interminável
na profunda e vasta rosa
da ilusão.

A casa doe a fantasia
já composta
na alada oficina do artesão
e voe leve pelo espaço
do instinto
extrapolando o negro fel
do coração.

Ajuste-se a casa
o fino pólen dos suspiros
e os excitantes elementos
do artesão
e ao silêncio da oficina
do menino
prenda-se um canto
de certeza
pequenino
com o carinho que restar
em casa mão.

Cortem-se os medos
as feridas
os desatinos
com a faca sem perfil
do frio não
e sobrevoe lentamente
os abismos
que se interpõem
entre a oficina e o artesão.

Às patéticas noções de vandalismo
incrustadas nas ruínas
do artesão
junte-se um pouco do silêncio da oficina
semiencantada pela fada
da emoção.

Renda-se um pouco
da dureza dessa vida
a um instante dessa casa
em construção
solte-se a alma
não os lábios
nem os dentes
e sorria sem mover
o ressecado
e indolente hirto corpo
do artesão.

publicado por Antonio Medeiro às 09:24
Terça-feira, 08 / 12 / 09

Negócios&Oportunidades

Troca-se um avião da Tam por um Beija-Flor distraído.

Uma cidade em alerta por uma vila pacata.

Um céu vestido de negro por um azul impecável.

Um ar ardido no rosto por um doce de abóbora.

Uma tarde morta de vida por um pôr-do-sol metafórico.

Um rio poluído e triste por um riacho fresco e arisco.

Uma flor de plástico puído por uma rosa amarela.

Um carro de mil cavalos por uma bicicleta encantada.

Uma cobertura de 10.000 m por uma choupana sem portas.

Uma avenida asfaltada por um caminho de terra.

Um cartão de crédito Visa por uma "pindura" antiga.

Um celular incrementado por um recado escrito.

Um computador de 10.000 gigas por uma Remington portátil.

Um emprego de 14 horas por um de 04, sem regras.

Um salário de R$ 15.000,00 por um de R$ 1.000,00, sem patrão.

Um sapato importado por um pé no chão sem os calos.

Uma comida enlatada por um canteiro de alface.

Um vizinho sisudo e triste por um solidário e alegre.

Um elevador moderno por um degrau de pedra.

Uma porrada no filho por um abraço gostoso.

Um governo corrupto por um homem sensato.

Umas 20.000 tristezas por uma única alegria.

Um desespero de anos por uma paz de segundos.

Um enfarte do miocárdio por um coração menos rude.

Uma hipertensão por uma picanha na brasa.

Um peso na consciência por uma leveza de asas.

Um idiota convicto por um bobo sem malícias.

Uma sobriedade cega por um porre filosófico.

Uma crença burra por uma fé inteligente.

Uma omissão assumida por uma vergonha na cara.

Um sonho de consumo por uma tarde na praia.

Um grande amor perdido por uma paixão na segunda.

Uma Skin superquente por uma Brahma gelada.

Uma vitória do Palmeiras por uma derrota do Corinthians.

Uma segunda-feira por um feriadão de 04 dias.

Um segredo de morte por um sorriso inocente.

Uma palavra de político por uma coisa mundana.

Um blogueiro muito chato pelo Carlos Drummond de Andrade.

Uma vida de loucos por uma brisa no rosto.

Troca-se um tolo por uma manhã sem ressalvas.

.
TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Blog de TõeRoberto

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