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Quarta-feira, 13 / 01 / 10

Os meus filhos

Confesso... sou um pai de coração angustiado!

Não existe uma só madrugada que eu não acorde e não pense nos meus filhos.

Nos mais velhos, nos mais novos, nos solteiros, nos casados, nos distantes, nos pertos.

Uma angústia nada fácil de sentir... uma agonia secreta!

Empregos, esposas, maridos, escola, saúde, vícios... futuro!

Futuro num momento difícil da humanidade: incerteza, violência, doenças, carestia, isolamento, solidão... individualismo.

Projeto-os no futuro distante e fico temeroso, pesaroso... agoniado com suas vidas naquele tempo futuro.

São tão jovens!

Tão ingênuos!

Tão alimentados por esta farsa que é a promessa de que um dia vão conseguir o castelo!

O alazão de asas douradas!

Os seus filhos nos enormes jardins da esperança!

A eterna felicidade!

Eu envelheço!

Mas meus filhos serão sempre crianças!

Expostos à dureza da vida!

À maldade humana!

Às suas próprias fantasias!

Às suas próprias armadilhas!

O mundo escraviza os fortes e engole os fracos... é a lei da selva!

Quando, à noite, viajo pelos tempos futuros e os vejo, ora sorridentes, ora tristes, ora na opulência, ora na falta, lutando desesperadamente para serem felizes, por um momento de paz... o meu coração sangra.

Porque não há nada que eu possa fazer!

Primeiro, porque realmente eu não sei o que fazer para protegê-los do mundo - muita gente acha que sabe - se souberem, por favor me ensinem!

Segundo, porque eles próprios têm sua própria visão das coisas.

Eu mesmo contribuí para isto, e não há nada no mundo que os faça mudar de ideia!

E eles, sinceramente, na maioria das vezes, nem sabem que ideia é esta!

Mas não se preocupem, é só a angústia de um pai!

Às vezes pareço distante, ausente, omisso em relação aos meus filhos.

Mas é só porque, talvez, nunca prestaram muita atenção no meu coração.

É só o coração de um velho pai que sangra angustiado, em silêncio, na solidão da noite.

Chorando pelos seus filhos, junto com eles, as suas perdas e dores... coisas que ainda vão acontecer.

O amor e a paixão... por medo, às vezes são secretos.

E coração de pai, tanto quanto o de mãe, também dói!

Vou descobrindo isto aos poucos!

.
TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Segunda-feira, 29 / 09 / 08

EU VI

Textos Escolhidos

 

É inacreditável a prepotência de certas pessoinhas, filhos de certas pessoinhas cheias de dinheiro ou de autoridades, ou os dois; essa gente autoritária que ainda manda em muita coisa no Brasil.

Pois é!

Ontem, na rua, eu vi!

Um fusquinha 68, estacionado, uma senhora simpática ao volante; 50, 55 anos.

Um sujeitinho antipático, bem-aparentado, carrão, ray-ban; 30, 35 anos vai estacionar.

Vira pra cá, vira pra lá; barbeiro, bate no carro da simpática senhora.

A senhora desce do carro e vai ver o estrago.

O sujeitinho: tá olhando o quê, coroa!

A senhora: se tu machucou o meu 'Gladstone!'

O sujeitinho: esta lata velha tem nome?

A senhora: tem, o teu não tem?

O sujeitinho: ô vovó, eu é que tenho de verificar se esta lata velha não machucou a minha máquina!

A senhora: tu amassou o meu 'Gladstone' e vai ter que pagar!

O sujeitinho: pagar?, esta lata velha não vale nem um pneu do meu carro!

A senhora: mas vai ter que pagar!

O sujeitinho: ô vovó, você sabe com quem está falando?

Foi assim, juro que foi assim!

A senhora - falando alto, na frente dos aglomerados: sei, eu sei com quem eu estou falando! Eu sei quem tu é! Tu é um filho-da-puta metido à besta; um corno, um viado! Tu foi gerado na zona! A tua mãe é uma puta e o teu pai um gigolô, um corno manso que nem tu! A tua irmã é uma piranha, boqueteira! Aquele teu tio fazendeiro é um ladrão, um bandido! Aquele teu outro tio, juiz, é um viado igual a tu! Tua avó também é uma boqueteira, igual a tua irmã! Teu avô é um viado enrustido, igual ao teu pai! E conheço o teu namorado, aquele negão 4x4, de 1,90m, que, todos os dias, te cobre de beijos e de porradas!

O sujeitinho: sua vaca velha!, eu vou te dar um monte de pancadas!

A senhora: tu num vai dar nada, filho de uma quenga! Eu é que vou enfiar o dedo no teu furico e vou assobiar 'Saudades do Matão!'.

O sujeitinho: você vai se ferrar, sua vaca vagabunda!, você não conhece o meu pai!

A senhora - exibindo uma foto do sujeitinho: vou me ferrar nada, florzinha! Eu conheço aquele chifrudo do teu pai! Ele é meu irmão e eu sou tua tia! Fique sabendo que eu vim de muito longe pra ver aquele corno! 30 anos sem ver aquele viado! Fique sabendo que já limpei muito a tua bunda, seu fedelho, e sempre tive certeza que tu ia virar viado quando crescesse!

O sujeitinho: vermelho, verde, veadinho, pequenininho!...pessoinha!

Deu dó!

Mas que eu vi, eu vi!

E amei!
.
(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB
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música: Forró do Mané Vito - Luiz Gonzaga
publicado por Antonio Medeiro às 03:38
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