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Domingo, 04 / 01 / 09

POESIA MECÂNICA

Poemas Escolhidos

 

Grumpt!
Vrumpt!
Trumpt!
Prumpt!

Faz a máquina
ante os olhos
sem brilhirismo
do homem!

.
TõeRoberto-10:14:post in jampa/pb

música: A White Shade Of Peale - Pholhas
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Sexta-feira, 02 / 01 / 09

DISCURSO

Poemas Escolhidos

 

Com um punhado de lirismo e umas tantas
palavras gastas
sou todo fala na arquitetada praça.

 

Tremo os lábios
engulo as facas
e falo:

 

Falo sob o peso do silêncio
e das faltas
sob o domínio da mordaça
e do capacho.

 

Falo:
a língua salta
a consciência ladra e ataca.

Soam as sirenes
brilham as luzes
mugem as vacas
e a multidão se espalha feito uma
água rasa
uma água rala
sobre o concreto frio da praça.

 

A pulsação é falha
o coração se atrapalha
e eu choro
calmo e silencioso
na solidão cinzenta da tarde.

.
TõeRoberto-10:12-post in jampa/pb

música: A White Shade Of Peale - Pholhas
publicado por Antonio Medeiro às 05:15
Quinta-feira, 13 / 11 / 08

O 1º CANTO

Poemas Escolhidos

 

Não serei eu na certa aquele que estancará
teu sangue
nem terá o nome universalizado
estátua em praça pública
o nome batizando rua.

 

Não serei eu também aquele que dominará os mares
com caravelas de aço, canhões atômicos
na proa
nem serei eu tampouco aquele que trairá e te fará
caminhar na prancha
rumo aos dentes vorazes do tubarão.

 

Acima de tudo sei que não serei nada mas
que serei eu
quem haverão de consagrar numa história de criança
à beira da fogueira dos meus avós
à beira do berço dos meus netos
porque aquilo que anda, pensa, respira, vive
e é individual
tem o seu valor metafísico no seu modo de ser
sem ser
no seu modo de não ser e ser.

 

E eu sei que sou alguma coisa que sempre existirá
e se fará existir apesar de todas as reinantes
contradições
e se fará conhecer apesar de todo o angustiante
anonimato
e se fará ressuscitar dessa antiga morte
no fundo das cavernas do medo
porque acima de todos os materialismos existe o eu
acima de todo o desafio dos meus bichos inimigos
existe o eu
acima de todos existo eu
e eu acontecerei para o mundo
mesmo não sendo nada acontecerei
porque o meu valor é algo inatingível
o meu mistério é o fim de todas as procuras
o meu lirismo é o supremo porvir da criatura.

 

E eu acontecerei
com toda a força que me negaram
com toda a chance que me roubaram
com toda a imbecilidade que me cerca
porque eu não sou lindo diante do espelho
mas sou bonito pelas noites de meditação
por isto sou e trago em mim
como a mais antiga herança
como a mais antiga vingança
como a mais antiga marca de fogo
na pele do animal.

.
(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB

música: La Mia Vita - Adamo
publicado por Antonio Medeiro às 03:19
Sexta-feira, 26 / 09 / 08

O SILÊNCIO

Poemas Escolhidos

 

Se é noite o silêncio
grita
morde, sangra
arranca-me as tripas.

 

O silêncio é faca
corte, bicho
o silêncio ataca
deixa-me aflito.

 

O silêncio é eco
de perguntas vivas
que meus olhos matam
por mero artifício.

 

O silêncio entra
cala-me as vísceras
enche-me o poço
de mortal lirismo.

 

O silêncio é vida
que dorme e palpita
mas também é morte
que sonha delitos.

.
(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB

.

música: The sound of silence - Paul Simon
publicado por Antonio Medeiro às 04:49
Blog de TõeRoberto

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