Um fio de cabelo branco no braço
- no braço esquerdo -
ao lado do coração.
Um calafrio frio no coração
- no coração assustado -
do homem cansado de tanto morrer.
(Eunápolis/ba/10:46hs)
Um fio de cabelo branco no braço
- no braço esquerdo -
ao lado do coração.
Um calafrio frio no coração
- no coração assustado -
do homem cansado de tanto morrer.
(Eunápolis/ba/10:46hs)
Poemas Escolhidos
Muita asa
pouco espaço
muita meta
pouco arco
muito alto
pouca raça
muito voo
pouca graça
muito sonho
pouca sala
muito homem
pouco pássaro.
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TõeRoberto-post in jampa/pb
Poemas Escolhidos
Grumpt!
Vrumpt!
Trumpt!
Prumpt!
Faz a máquina
ante os olhos
sem brilhirismo
do homem!
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TõeRoberto-10:14:post in jampa/pb
Poemas Escolhidos
Coração
cor
ação
corda
ação
cor da
ação
cala
não!
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TõeRoberto-post in jampa/pb
Textos Escolhidos
O meninozinho de carinha suja e olhinhos vivos, filho de D. Madalena Cruz-Credo, chama-se Macedinho e mora lá no fim da periferia da urbanidade dos homens.
"Um pouquinho de comida! Um pouquinho de!..."
(Um homem de terno azul-cinzento ficou bravo na minha frente quando moleques tiraram o pão da boca do cachorro da Rua dos Cachorros).
"Seus moleques!... Capetas!... A prefeitura deveria dar bolas era para vocês!..."
Macedinho tem, nos bolsos furados, uma broa de fubá que aperta com amor.
Na rua, os homens são imponentes; às vezes tomam os pães ou as broas de fubá das mãos e das bocas das crianças indefesas.
Como os meninos ao cachorro.
"Dinheiro prum meio quilo de arroz!..." Deus lhe pague!... Deus lhe..."
As janelas são um amontoado de barras de ferro quadradas e negras dentro da noite fria.
Passos corridinhos, em forma de medo, se movimentam no escuro da cidade e se escondem nas sarjetas da noite.
O homem gordo ronca debaixo de colchas caras.
Macedinho corre pela noite.
Junto dele correm, em silêncio, milhares de olhinhos medrontados, esfomeados e sufocados por nossa omissão consentida.
Os homens dormem seus sonos tranqüilos e sonham, noite adentro, que roubam os pães e as broas de fubá da boca dos meninos adormecidos.
E sorriem absolutos!
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(Fonte - Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB
Poemas Escolhidos
Depois de grande, quem diria!
dei de quedar-me silencioso
feito guarda de vigia.
Dei de sentar-me junto à janela
ou de rosto para o teto
e ficar assim meio estúrdio
meio quieto
feito um gato que espera
o sol num meio-dia de inverno.
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(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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Poemas Escolhidos
Vergo-me sob o peso dos compromissos.
Este meu corpo, vara seminua
range, estala, trinca... balança!
As pessoas querem mais e mais!
As pessoas querem-me par, simbiose
querem minha metade presa
às suas pequenas memórias.
Eu luto, mas o corpo verga
o peso aumenta, as pernas tremem
e as pessoas querem mais e mais!
As pessoas são tantas!
Os compromissos tantos!
Eu sou tão frágil... definho!
As pessoas querem mais e mais!
O corpo range, estala,
trinca... balança
e eu definho mais e mais!
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(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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