Homens&Pássaros

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Sexta-feira, 17 / 02 / 12

A respeito da fêmea

Aposto que você pensava:
 

Eu sou homem; ela, mulher; eu sou macho; ela, fêmea; eu posso, ela não pode!


Que você desfilava o seu perfil:


Macho, gostoso, bonitão; eu posso, eu faço; ela não faz.


Era assim?


Era!!!


Hoje, meu caro, quem vai pro terapeuta é você.


O posso, o faço, o mando, o desmando, o como, o não como já eram.


Além do mais, hoje em dia, ela também gosta da sua bundinha.


Independente, gostosa, bonita, feia:


Ela pode, ela faz, ela não faz; manda, desmanda, dá, não dá.


Agora é assim!


Você é um adendo... um adorno.


A fêmea avança.


Você se encolhe com essa merdinha/merda/merdona que tem no meio das pernas - não importa o tamanho, a insegurança é a mesma -, e tenta esconder o constrangimento, cada dia pior.


Porque ela, a fêmea, aprendeu que o seu pedacinho do céu é perfeito:


Insaciável, renovável, incansável, lavável, cobiçável...


Às vezes amedrontador e, por tabela, broxador.


E vamos ficando obsoletos; o nosso futuro é o esquecimento.


Ainda vamos no transformar em peças de museu.


Porque agora, meu amigo, nem pra pagar o cabeleireiro e reproduzir ela precisa de nós.


Mas ainda assim, com toda a justiça do mundo, nos resta uma saída:


A maravilhosa, fantástica, humana e libertária punheta.


Saravá!!!


TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 18:03
Terça-feira, 27 / 07 / 10

O Bolero

A música:

"Tanto tiempo disfrutamos este amor
nuestras almas se acercaron tanto asi
que you guardo tu sabor
pero tu llevas tambien sabor a mi..."

Definitivamente! Na outra encarnação eu fui puta!

Porque vou dizer uma coisa: vai gostar assim de um bolero lá não sei aonde!

A qualquer hora o bolero me inflama, me leva pra dentro da noite, aos bares escuros dos becos, à fumaça negra do cigarro - no ar - às bocas pintadas passionalmente, aos passos da dança suave que me faz flutuar.

O bolero me faz vivo, entra no peito - onda de calor - esquenta o coração e faz doer aquela dorzinha escondida nos cantos dos anos.

O bolero nos dá a fêmea volátil, aquela de doer os cornos, fazer nego beber, soluçar e se matar na base do prozac e da punheta.

O bolero e a fêmea se entrelaçam aos olhos notívagos da nossa eterna boemia; o terno de linho - branco - a cachacinha tomada a conta-gotas à luz dos mistérios da lua, ao som da orquestra suicida que queima com suas notas melancólicas a alma inocente da noite.

O bolero me mata aos poucos, me afunda no buraco negro dos meus amores esquecidos, me engasga com os sessenta cigarros que já abandonei e me afoga na cerveja tomada aos montes nas madrugadas insones.

Já fui puta - isto eu tenho certeza - porque ao som do bolero me vem às narinas o cheiro dos perfumes baratos, o odor dos suores fétidos dos homens do porto, o toque da cédula de U$20, o estalo do tapa no rosto, o gosto salgado das lágrimas na ponta da língua e a angústia da solidão sem fim.

O bolero é o meu limite entre o viver e o existir. O bolero é a minha alma, a minha cólica renal, a minha dor de dente, a minha dor de cotovelo, o meu tesão pelo que não fui.

Deixe o bolero fluir ao som do vento e, no silêncio da noite, deixe o bolero trazer em suas mãos atormentadas a possibilidade dos amores que choram em silêncio, nas notas da melodia, as suas dores mais lindas.

Deixe o bolero sofrer no fundo passional dos seus amores brutos.

"Pasáran más de mil años muchos más
yo no sé si tiene amor la eternidad
pero hoy tal como ayer
em tu boca llevarás sabor a mi..."

E vista o seu terno de linho - branco - e se lambuze na febre indecente das bocas avermelhadas da sua alma de puta.

publicado por Antonio Medeiro às 10:22
Domingo, 05 / 07 / 09

É VERÃO!

Meu primo Clovinel, uma 'figuraça', exporta sapiência e humor para os seus amigos.

Me mandou um material de Luis Fernando Veríssimo que, infelizmente, não posso publicar no Homens&Pássaros.

O assunto era o verão, o que me remeteu imediatamente à minha teoria sobre esta estação do ano, principalmente no Brasil.

Assim:

Você já esteve nalguma praia?

Nunca?

Precisa ir para entender a minha teoria.

Assim: acho que Deus chefia o Brasil no outono, no inverno e na primavera.

Depois, sai de férias e coloca a plaquinha: sob nova direção, e...

O diabo assume no verão.

E o diabo, sabe como é, gosta do que 'não presta'.

Não entendeu?

Faça o seguinte: pegue uma cervejinha, uma cadeirinha bem confortável e sente-se em qualquer praia brasileira, por exemplo: Torres, Bombinhas, Ilha do Mel, Ubatuba, Copacabana, Guarapari, Porto Seguro, Atalaia, Pajussara, Porto de Galinhas, Manaíra, Pipa, Jericoacoara, entre outras e observe.

O diabo existe!: desfila sua figura transvestida de fêmea: ruiva, morena, loira, branca, negra - na passarela dos nossos olhos.

Entendeu, agora?

É impossível não pecar!

O diabo gosta, o Brasil esquece suas mazelas.

Viva o pecado!

Viva uma das únicas coisas em que o Brasil, graças a Deus, ainda é imbatível: o verão.

É verão, moçada!

Aqui o diabo não veste Prada, o diabo não veste nada!
.
TõeRoberto-post in jampa/pb

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Blog de TõeRoberto

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