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Quarta-feira, 24 / 12 / 08

A REPRESSÃO

Textos Escolhidos

 

O assunto é complexo e vasto.

Confesso: não tenho espaço e nem cacife para me aprofundar. Vou apenas emitir o meu ponto de vista a respeito da repressão, algo que está no mundo desde os primórdios dos tempos.

Segundo o Aurélio, Repressão é: "Ato ou efeito de reprimir". E Reprimir é: "1.Sustar a ação ou movimento de; conter, reter, moderar, coibir, refrear, represar. 2.Não manifestar; ocultar, disfarçar, dissimular. 3.Violentar, oprimir, vexar, tiranizar. 4.Impedir pela ameaça ou pelo castigo, proibir. 5.Castigar, punir."

A repressão está enraizada na cultura do ser humano. Podemos enxergá-la na Inquisição, nos diversos regimes políticos, em toda a extensão da sociedade e nos grupos familiares.

É a arma mais eficaz para manter o mundo nos moldes de quem tem o poder: o repressor.

Uma escala simples:

O presidente de um país do G8 faz uma ligação e come o rabo do presidente de um país da América do Sul.

O presidente do país da América do Sul chama o ministro e solta as feras em cima dele.

O ministro chama o presidente da estatal e xinga sua mãe daquilo.

O presidente da estatal liga para o diretor e o chama de incompetente.

O diretor manda um e-mail para o superintendente e fala que ele é um veado.

O superintendente chama o gerente e chama a sua mulher de vaca.

O gerente sobe em cima da mesa do supervisor.

O supervisor demite o Zé que só entrou na história agora.

O Zé chega em casa e enfia a mão na mulher.

A mulher do Zé desce o cacete no Zezinho.

O Zezinho chuta o cachorro.

O cachorro corre atrás do gato.

O gato quer comer o rato.

O rato...

A repressão é institucionalizada no mundo: ainda existem escolas onde os professores batem e aplicam castigos nos alunos.

Países onde as mulheres são 'operadas' para não sentir prazer.

Leis que permitem que os pais dêem uns 'tapinhas' nos seus filhos para educá-los.

A polícia bate e tortura presos.

A igreja reprime comportamentos.

As empresas mantêm normas rígidas para os seus empregados.

Os casais se reprimem mutuamente e ferem constantemente o direito à individualidade de cada um.

Os regimes políticos antes reprimiam com armas, hoje utilizam métodos modernos, subliminares, de repressão. Deixam sempre no ar, ao nosso redor, aquela impressão que se eu não andar na linha eu tô ferrado: perco o emprego, a mulher, minha casa, meus filhos, o respeito e a cidadania.

E é verdade, acredite! Eles têm poder para isso.

A pior repressão de todas é a que o ser humano impõe a ele mesmo.

É ela que não permite ao homem alcançar a sua plenitude e desenvolver a sua potencialidade em todos os níveis da vida.

É ela que é mãe de todas as outras: dos tiranos, dos padres, dos policiais, dos políticos, dos negros, dos brancos, dos vermelhos, dos amarelos, dos patrões, dos empregados, dos heterossexuais, dos homossexuais, das mulheres, dos homens, das avós, dos avôs, dos pais, das mães, dos filhos...

A repressão é uma doença contagiosa transmitida de geração para geração.

Talvez o único remédio que a cure seja a educação.

Reprimir é fácil, desreprimir é muito difícil; um trabalho para diversas gerações.

Comece com o seu filho!
.
TõeRoberto-10:27-post in jampa/pb

música: Medo Da Chuva - Raul Seixas
publicado por Antonio Medeiro às 05:56
Quarta-feira, 12 / 11 / 08

O ELEVADOR

Textos Escolhidos

 

Nasci mineiro, mineiro me criei!

Em Minas, quando a gente entrava na escola, a sentença nos era dada logo na primeira série:"cresce, meu fio, estude bastante pra, quando crescê, ir imbora trabaiá em São Paulo!"

Mineiro crescia com esta sina.

Assim foi!

O primeiro contato de um caipira com São Paulo é assustador: buzinas, gente, estranhos, olhos ardendo, falta de educação, movimento, escada rolante, verticalidade, medo... elevadores.

Não foi diferente comigo!

A cidade me engoliu e me reeducou para ela.

Segunda-feira - 08 da manhã - hora do rush: carros, ônibus, passeios, lanchonetes, prédios, escadas, escadas rolantes, elevadores... tudo cheio de gente!

Fulltime era o nome da empresa de empregos temporários.

Endereço: Praça D. José Gaspar, nº Y - 11º andar - Centro - São Paulo.

Entro no elevador abarrotado de gente e, ingenuamente, pergunto:

Eu: passa no 11º andar?

Ascensorista: - olhou para mim, olhou para as pessoas, olhou novamente para mim - "Não, não passa! O elevador vai até o 10º andar, depois sai pela janela do prédio, pula o 11º, volta novamente pela janela, entra no 12º e aí continua até o 15º que é o último andar!"

Risos!

Fiquei vermelho e, desde então, passei a respeitar o mau humor dos paulistanos, nas segundas-feiras.

É um fato: mineiro, em São Paulo, aprendia na porrada.

Bons tempos aqueles!
.
(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB

música: Sampa - Caetano Veloso
publicado por Antonio Medeiro às 05:05
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