Homens&Pássaros

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Domingo, 05 / 07 / 09

É VERÃO!

Meu primo Clovinel, uma 'figuraça', exporta sapiência e humor para os seus amigos.

Me mandou um material de Luis Fernando Veríssimo que, infelizmente, não posso publicar no Homens&Pássaros.

O assunto era o verão, o que me remeteu imediatamente à minha teoria sobre esta estação do ano, principalmente no Brasil.

Assim:

Você já esteve nalguma praia?

Nunca?

Precisa ir para entender a minha teoria.

Assim: acho que Deus chefia o Brasil no outono, no inverno e na primavera.

Depois, sai de férias e coloca a plaquinha: sob nova direção, e...

O diabo assume no verão.

E o diabo, sabe como é, gosta do que 'não presta'.

Não entendeu?

Faça o seguinte: pegue uma cervejinha, uma cadeirinha bem confortável e sente-se em qualquer praia brasileira, por exemplo: Torres, Bombinhas, Ilha do Mel, Ubatuba, Copacabana, Guarapari, Porto Seguro, Atalaia, Pajussara, Porto de Galinhas, Manaíra, Pipa, Jericoacoara, entre outras e observe.

O diabo existe!: desfila sua figura transvestida de fêmea: ruiva, morena, loira, branca, negra - na passarela dos nossos olhos.

Entendeu, agora?

É impossível não pecar!

O diabo gosta, o Brasil esquece suas mazelas.

Viva o pecado!

Viva uma das únicas coisas em que o Brasil, graças a Deus, ainda é imbatível: o verão.

É verão, moçada!

Aqui o diabo não veste Prada, o diabo não veste nada!
.
TõeRoberto-post in jampa/pb

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Quinta-feira, 11 / 06 / 09

BABÃO

A maior esperteza do diabo, dizem, é fazer o mundo pensar que ele não existe.

Beraldo não sabia disso no dia em que viu Josineide pela primeira e única vez.

Beraldo trabalha no Bradesco. Sua mesa, de frente para a parede de vidro, de frente para o ponto de ônibus.

Beraldo a viu pelo vidro: parada no ponto de ônibus, morena, sainha jeans - curta - blusinha branca - decotada - passava a língua pelos lábios carnudos e vermelhos no exato momento em que Beraldo a viu.

Pense numa coisa bonitinha! Essa coisa era Josineide.

Sabe o filme do Máskara, quando o coração de Jim Carrey saltou para fora do peito e ele uivou como o Pluto quando viu a Cameron Diaz dançando? Assim aconteceu com Beraldo quando viu Josineide passando a língua pelos lábios carnudos e vermelhos.

Se babou todo, até lágrima saiu tamanha a paixão que tomou conta do seu coração desesperado.

Josineide, pelo vidro, viu que ele viu. Colocou aqueles olhos verdes sem tamanho bem dentro dos olhos de Beraldo e deu uma arrumadinha na calcinha, lado direito, na frente, por cima do jeans e tirou o cabelo da testa.

As pernas de Beraldo amoleceram e um arrepio subiu da sola dos pés e arrepiou os cabelos. Abriu a boca... só babou!

Os olhos verdes em cima de Beraldo, abaixou-se para pegar alguma coisa no chão: os peitinhos saltaram para fora, empinadinhos, rosados... oferecidos! 1 milhão de segundos foi o que durou a cena para Beraldo... e ele babou!

Os olhos verdes em cima de Beraldo, Josineide sorriu, de leve, com o cantinho esquerdo daqueles lábios carnudos e vermelhos. Arrumou novamente a calcinha, agora pelo lado esquerdo, atrás, por cima do jeans e tirou o cabelo da testa.

Beraldo uivou novamente... e babou!

Não aguentava mais. Contou até 10 e quando tomou coragem e se levantou para ir até ela... o ônibus chegou.

Ela não subiu. Mas o mulato bonitão, fortão desceu. Agarrou Josineide pela cintura, apertou-a com força e deu-lhe um daqueles beijos de língua... de filme pornográfico.

Beraldo amoleceu... e babou!

Josineide, na hora do beijo, os olhos verdes em cima de Beraldo, deu uma piscadela com o olho esquerdo. Aí abraçou o mulato fortão e saiu do ponto de ônibus balançando as ancas... como uma potra.

E Beraldo, pelo vidro, viu aquela bunda maravilhosa - pra lá/pra cá, pra cá/pra lá, pra lá/pra cá - se distanciar, se distanciar... virar a esquina... sumir.

Babou mais uma vez!

Hoje ele sabe que o diabo existe.

E continua babando!
.
TõeRoberto-post in jampa/pb

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Segunda-feira, 02 / 03 / 09

ERRO

Textos Escolhidos

 

Hoje, observando o mundo, cheguei à mesma conclusão de Tob, meu Poodle.

Tá tudo errado!

Se o mundo fosse um texto a grafia seria assim: çebola, caraio, açaççino, buxi, paçarinho, aza, brazil, etissetera.

Tá tudo errado: do dormir ao acordar.

Concorde comigo:

Nasci bonito, mas pobre.

Sou um gênio, ninguém sabe.

Nasci predestinado, o destino não ficou sabendo.

Falo todas as línguas do mundo, não consigo me comunicar.

Canto a Aida, ouvem Eu Não Sou Cachorro Não.

Escrevo poemas, leem notícias.

Saio com a Sharon Stone, me veem com a Marta.

Bom de bola, não saí da várzea.

Tenho olhos verdes, enxergam cor-de-burro-fugido.

Tenho 1,90, concordam com 1,40.

Sou alegre, dizem triste.

Boa pessoa, cínico.

Cara legal, hipócrita.

Amigo, filho-da-puta.

Deus, o anjo caído.

Sou gente boa, juro!

E quer saber?

Vim para ser dono do mundo, mas o viado do Bush chegou primeiro.

Mas tudo bem, já me organizei: semana que vem faturo os 50 milhões na mega-sena e todos os erros do mundo serão corrigidos.

Justiça será feita!

Eu e o diabo dançaremos um tango argentino à luz da lua.

O 'tango argentino' foi só porque eu não tinha o que falar.

Mil perdões!!!

Segunda-feira meus olhos estarão verdes!
.
TõeRoberto-post in férias por aí/br

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Sábado, 25 / 10 / 08

ÁRVORE DA FERRADURA

Textos Escolhidos

 

A Árvore da Ferradura faz parte do meu imaginário.

É coisa perdida nos longes da minha infância.

Casos de assombração: uma ferradura fixada numa árvore; um mineiro dado a histórias e... pronto!

A Árvore da Ferradura tornou-se a residência do diabo.

Por ela muitas noites eu passei, junto com meu pai e minha mãe, a caminho de casa, na roça.

Todas as vezes o mesmo assombro, o mesmo medo, o mesmo susto.

Anos depois, dediquei a ela um pequeno texto.

Assim:


O diabo aparecia embaixo da Árvore da Ferradura. Houve gente que viu e ficou branca de medo, tal a feiúra do bicho.
Os olhos de fogo, garras pontiagudas, chifres enormes, dentes muito brancos, compridos, que pingavam sangue.
Era lá na Árvore da Ferradura que todas as sextas-Feiras, à meia-noite, o danado aparecia.
Constâncio vinha da cidade no seu cavalo magro,trotão; sexta-feira, já perto da meia-noite.
Cabeça vazia, bêbado, cantarolava alegremente sem qualquer preocupação.
A Árvore da Ferradura já perto. O cavalo refugou e quis voltar. A espora sangrou as virilhas sem dó. O diabo no barranco, estancado.
Constâncio, mão na cintura, trinta e oito na mão, o grito:
- Lá vai fogo!
O diabo está quieto.
- Lá vai fogo!
O estampido encheu a noite. O diabo emborcou-se com a mão na barriga e, sem um gemido sequer, rolou mansamente do barranco na figura do compadre Gumercindo, muito dado a histórias de assombração.


Hoje, há muito tempo, a usina de açúcar e álcool arrancou, do imaginário dos mais velhos, a Árvore da Ferradura, suas histórias e a cruz do compadre Gumercindo.

O diabo foi obrigado a transferir a sua residência para outra freguesia.
.
(Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB

música: Viagem - Baden Powell
publicado por Antonio Medeiro às 05:32
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