Homens&Pássaros

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Quarta-feira, 01 / 06 / 11

Um dia de sol

Eu amo um dia de Sol, o Pai da vida!

Nada contra um dia de Chuva, a Mãe da vida!

Mas o Sol é o êxtase da alma.

Com ele o coração se alegra, ficamos flexíveis, descontraídos e propícios às viagens e aos encantamentos.

O Sol nos faz melhores, mais saudáveis - do coração pouco se morre - mais afetivos, menos ligados aos encolhimentos, às depressões, aos suicídios, às angústias e às mazelas existenciais.

O Sol alimenta os instintos, nos remete aos sonhos, aos arrebatamentos e nos comunga com os desejos mais promíscuos.

No Sol, nós com os olhos fechados, sentimos nas ondas de calor, as mãos calientes da mulher querida, solitária e adormecida nos invernos da nossa vida.

O Sol é vida pulsando em forma de calor e luz.

Rapaz, eu vou te dizer: eu amo um dia de Sol!!!

E, hoje, é o dia!

Bom-dia, Sol!!!

Bom-dia, Jampa!!!

Bom-dia, vida!!!

publicado por Antonio Medeiro às 03:24
Terça-feira, 17 / 08 / 10

No coração da noite

No coração da noite
pinceladas de trevas
expõem,
como rosas de fogo,
as feridas da amada.

Ó amada querida, não sofras!
Por ti deixei o paraíso
e desci ao inferno da vida.
Vasculhei os profundos poços da tristeza
e encontrei os teus olhos molhados
de úmida madrugada.

Nada entre nós foi tudo
fomos um pouco de ausência
um pouco de esquecimento
e esquecemos nossa aliança de amor
nas esquinas de Olinda.

A cidade caía sobre nós feito chuva
uma forte chuva ácida
corrosiva e quente
que destruía o esmalte dos desejos
e da vontade construída pelos anos vividos.

Tua ferida amada
não mostra só a ti sozinha e decepcionada.
Mostra também a mim
um retalho de horizontes
dentro do mar ensimesmado.

Caí contigo.
E juntos rolamos pelas ladeiras do Carmo
em gemidos de dor e desespero.
A rosa vermelha se abria
o coração pulsava.
De onde viéramos não constava o mapa
e onde estávamos era um fronteira sem marcas
um território longínquo
um estar sem alma
um pesadelo sem dormir.

Por isso amada
a ferida se abre.
Hoje ela se abre no leito desfeito
e se esparrama amarga pelo tempo
e nada conseguirá deter o ressentimento
daqueles momentos doídos
daqueles momentos líquidos
que escorreram entre os dedos trêmulos
daquelas tardes cinzentas.

Dorme, ó amada!
ao teu lado morrerei um pouco
mais um pouco da morte que já sou
e velarei em silêncio o teu segredo
e afagarei com espinhos
a rosa que se abre
no fundo fechado dos teus olhos
de onde as lágrimas escorrerão macias
e molharão a noite
de uma maneira suave e triste
como se fossem nossas vidas
hoje tão distantes de nós
hoje tão adormecidas
hoje tão definitivamente sozinhas.

Santos/sp/13:25hs/Domingo)

publicado por Antonio Medeiro às 08:49
Terça-feira, 25 / 11 / 08

OS AMANTES I

Poemas Escolhidos

 

Contigo suspirei lentas suspeitas
defini o escuro tato dos anseios
construí o cata-vento dos sentidos
e ouvi Carlos Gardel com meus receios.

 

Murmurei um mel de sonhos nos meus dedos
deslizei correta forma nos teus seios
adormeci cantando sopros de desejos
bebendo gim no doce poço dos teus pêlos.

.
TõeRoberto-09:06-post in jampa/pb

música: Mano A Mano - Carlos Gardel
publicado por Antonio Medeiro às 05:02
Quarta-feira, 01 / 10 / 08

VOCÊ!

Textos Escolhidos

 

Pensei em você, hoje!

Pensei em como vive, ama, dorme, se diverte!

Em como você trabalha!

Em como você sobrevive, se alimenta, sorri... existe!

Pensei em você como gente, pessoa... humano!

Pensei nos seus olhos vivos, nos seus desejos secretos, na sua alma, no seu sorriso bonito.

Pensei na sua mulher querida, nos seus filhos saudáveis, no seu pai que é tão bacana, na sua mãe tão amada, nos seus irmãos tão amigos, nos seus amigos tão irmãos, na sua presença no mundo, no seu dia-a-dia.

Pensei no lugar em que mora, no lugar em que trabalha, onde seus filhos estudam, no restaurante onde come, na igreja onde agradece, na comunidade em que vive.

Pensei nas suas viagens, na sua cobertura fantástica, no seu carro de mil cavalos, no seu celular da hora, no seu relógio de ouro, nas suas roupas de marca.

Pensei no seu som importado, no seu computador de mil gigas, na sua poupança gorda, na sua digital incrível, no seu home theater enorme, no seu dvd prateado, na sua tv de plasma, nos seus controles remotos.

Pensei na sua existência árdua, no tempo que lhe falta para curtir tanta coisa, para ser feliz com isso.

Pensei em como foi difícil juntar tanta coisa cara, pagar tanta coisa inútil, sobreviver à feroz ansiedade de comprar cada coisa nova que o mundo oferece aos tolos.

Pensei no seu coração, na sua hipertensão que avança, no seu stress doloroso que lhe mata pouco a pouco.

Pensei naquelas suas noites em que a cama é feita de espinhos.

Pensei em como você, às vezes, fica tão deprimido, em como você, às vezes, está alegre e fica triste.

Pensei em você, hoje!, e também pensei em mim.

Também acontece comigo. Eu também acho que sou esperto, importante, que tenho tudo na vida.

E daí que o emprego me mata, que as obrigações me infernizam, e daí que sustento o monstro pra ele ficar de pé!

E daí que chupam meu sangue, que eu não tenho tempo pra nada, e daí que a empresa consome tudo o que tenho na vida!

E daí que os meus neurônios estão se transformando em chips!

E daí que eu sou um idiota e não enxergo isto!

.

Fonte: Texto - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB
.

música: Admirável Gado Novo - Zé Ramalho
publicado por Antonio Medeiro às 04:10
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