Textos Escolhidos

 

O natal é a festa da hipocrisia absoluta.

É a data onde as pessoas sozinhas ou em grupos, se superam na sua individualidade.

As diferenças se acentuam; os olhos das crianças pobres ficam maiores, seus desejos se multiplicam e fica bem visível o tamanho da boca do abismo que separa as classes sociais.

E tudo é muito natural!

Tudo transcorre na mais absoluta paz!

Os políticos comemoram suas vitórias.

Os corruptos contam seus metais.

A igreja pensa que cumpre sua parte.

A classe média se enche de álcool e colesterol.

Os supermercados engordam suas barrigas gordas.

Os pobres ficam com o resto da grande festa da hipocrisia.

O símbolo da festa, para a maioria dos crentes, fica em segundo plano.

O grande espetáculo é a ostentação.

As esmolas se multiplicam!

As pessoas ficam mais generosas no seu egoísmo e purgam seus pecados distribuindo migalhas aos mais necessitados.

O espetáculo é infame!

Os jornais, as revistas, as rádios e as tevês aplaudem.

Organizam a coleta da esmola em grande estilo: atores, empresários, políticos, músicos, apresentadores, cronistas, jornalistas cumprem seu papel da maneira mais vergonhosa, da maneira mais explícita.

E tudo acontece diante dos olhos do Brasil, um dos países do mundo de índole mais perversa, mais dissimulada e mais desavergonhada no que se refere à distribuição de renda.

Jingle bell! Jingle bell! Jingle bell!

É assim que escreve?

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TõeRoberto-12:25-post in jampa/pb

música: Jingle Bells - Disney's
publicado por Antonio Medeiro às 07:10