Eu acho que, hoje, é muito difícil um jovem escolher a sua profissão - tantas são as escolhas.
Observo pelos meus filhos mais novos: escolheram as suas carreiras, estão na universidade, mas não sinto firmeza nas suas convicções.
Extremamente difícil é definir o que se vai fazer pela vida afora, para sobreviver.
Escolher uma profissão que se gosta, mas o mercado de trabalho é ruim?
Ou escolher uma profissão que não se gosta, mas o mercado de trabalho é bom?
Ficam entre a cruz e a espada!
O ser humano é inseguro, volúvel e diante de fatos/acontecimentos muda constantemente de posição.
Convivo com muitos adolescentes e observo que a insegurança é geral.
Não é fácil você descobrir o que realmente o fará feliz e o proverá financeiramente na vida.
E, ainda por cima - salários mesmo das profissões antigamente mais rentáveis - tipo engenharia, medicina, hoje em dia estão em baixa.
Poucos são profissionais que se dão "muito bem" no que se refere a dinheiro.
Pouquíssimos os que se dão "muitíssimo bem".
O mercado vem criando um exército de pessoas com nível superior que acabam trabalhando, por falta de opção, naqueles empregos que antes eram reservados aos profissionais com baixo nível de escolaridade.
Salários risíveis, vantagens profissionais em queda, estabilidade zero, carreiras inexistentes - é o que o mercado oferece.
Dizem, de maneira muito convincente, que isto se chama liberalismo, flexibilização, competitividade, globalização - mas acho que se trata apenas de esperteza; mais um dos truques do sistema capitalista, para apertar o cerco e aumentar os seus lucros, de margem já estratosférica, em escala mundial.
A universidade, hoje, não é mais uma certeza de emprego e de bons salários.
Num país de desempregados, o diploma, às vezes, não passa de um rótulo sem importância nenhuma para o profissional na fila do seguro desemprego.
Por isto, eu acho que seria bom o jovem, além da universidade, pensar numa profissão prática - tipo, por exemplo, marcenaria, eletricista, lutier, azulejista, pintor, etc.
Com qualquer profissão prática, garante-se a sobrevivência em tempos de crise... e desemprego.
E se mantém o princípio de dignidade e cidadania.
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TõeRoberto