Textos Escolhidos
Ouça:
Esta semana fui ao banheiro do Shopping tirar 'água do joelho' quando deparei (ouvi) com a cena. O telefone de um sujeito que estava no box do banheiro tocou.
Assunto:
"Juvenal!... quem tá falando? Ednalva? Oxente! Tu já chegaste? Hoje? E o Ednaldo operou aquele troço no saco? Como chama? Eu, hem? Por que ele fez isso, Ednalva. O home é doido! Mãe perguntou por tu, ontem. E aí? Que tu vai fazer hoje á noite, mulhé! Deixa disso! (barulho de gases e baque na água). Tô cum saudade de tu! Vai me dizer que tu num gosta daquele meu chameguinho no cangote. Fale bobagem, mulhé! Tu me ama e num sabe! Tu vai sair com quem? Com o corno do Severino? Mas mulhé!, Severino é frango, todo mundo sabe! (Todo mundo curioso no banheiro). Eu... com ciúmes, deixa de ser besta, mulhé! Ô Ednaldinha, vamos lá!, tô com saudade! Vamos ao bar do Ceará tomar umas e esquentá as coxas e depois... (barulho de gases e baque na água). Tu tá fazendo cu doce mulhé. Tu num é disso! Oxente!, tu tá me deixando arretado! O quê??? Vê como fala comigo, mulhé! Sua quenga! Piniqueira safada! Fia de uma rapariga! Do que tu me chamou, Ednalva? Corno? Corno é o baitola do teu pai! (O banheiro cheio de gente, ouvindo)."
Um pequeno silêncio.
Continua: "Sabe de uma coisa Ednalva, sua cadela! Eu tô cagando um monte pra tu. Cagando, ouviu? Tô cagando pra tu! Tá escutando? (Um grande som de gases e um baque bem grande na água)."
Silêncio. Barulho de papel, descarga, fivela da calça.
Sujeito: resmungando - "Piranha! Ela vai ver quem é corno! Vaca! Severino!..."
Barulho do trinco da porta. Um monte de gente tentando sair de uma só vez do banheiro.
O sujeito saiu do box, não lavou as mãos, olhou os dentes, penteou os cabelos e ainda resmungou:
"Corno!... Severino!... Quenga!..."
Mas gostei de ver: que ele cagou um monte pra Ednalva, ele cagou. Uma rara qualidade nos homens de hoje!
Invenção minha?
Te juro que não é!!!
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TõeRoberto-post in jampa/pb