Não há nada pior, para um homem, que uma broxada.
Foi o que aconteceu com Geraldão.
Zoneiro velho, solteirão convicto, famoso pela sua performance sexual - estava ali, agora, ao lado de Mirilinha, a puta mais gostosa da zona -, o pau desmoralizado.
O que pra ele foi sempre fácil - subir o pau - tornara-se um pesadelo.
Mirilinha fez de tudo:
Mão, boca, peitos, bunda, pés...
Nada fez aquele gigante adormecido acordar.
Passou a língua por ali, por aqui, por acolá, fez cócegas nas bolas, mexeu, mexeu, jogou pra lá, pra cá, beijou de novo, de novo..., nada!
O Golias cabeça baixa estava, cabeça baixa ficou.
"Isso acontece! é assim mesmo! não foi tão mal assim! você é foda! você é gostoso! amanhã você volta!"
Nada! nada que Mirilinha fizesse, ou falasse, adiantava.
O estrago estava feito.
Geraldão tinha broxado.
E era um segredo para o resto da sua vida.
Homem é assim: a conta tá no vermelho, foi protestado, o Corinthians perdeu, o banco tomou a casa, a mulher foi embora com o leiteiro - tudo bem!
Isto a gente se vira!
Mas broxar???
Broxar é o supremo fracasso da raça masculina.
Os homens se apegam à rigidez do seu membro e o empunha como um troféu a ser conquistado.
A flacidez incontrolada do membro o coloca numa posição inferior em relação aos outros da sua espécie.
E isto o deprime, o magoa... e envergonha.
Isso se não se tornar público!
Se tornar público aí é motivo de suicídio.
Geraldão subiu no cavalo, cabisbaixo, e saiu do puteiro.
No caminho, vergonha e desespero aplaudiam a sua vontade de se matar.
A viagem até a sua casa foi sofrida e sofrida... e sofrida.
Em casa, pelado, se preparava para dormir quando, do nada, o pau acordou.
Olhou para o membro - matuto que era - e pensou: fio da puta!, cachorro!, sem-vergonha!
Mas fazer o quê?
No outro dia, subiu no cavalo, dirigiu-se ao puteiro, pegou Mirilinha, levou-a ao cartório e casou-se com ela sem testemunhas.
Era a única maneira de manter a sua broxada em segredo.
Dali pra frente acostumou-se a broxar.
Mas aí é outra história: é assunto caseiro, e com a mulher da gente a gente pode broxar em paz... e em segredo.
E você, quantas broxadas este mês?