Homens&Pássaros

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Quinta-feira, 24 / 03 / 11

Rimas e poemas

Esquece, amada!
os dentes destes poemas,
estes inúteis sacrilégios de rimar
amor e dor,
fúria e injúria,
e coisas mais
e vem comigo, em viagem sem destino,
à procura de uma rima mais astuta,
mais audaz.

Que tal patético?
Epilético?
Ou caquético?
E por que não um verbo feio
pra chocar?

Que tal calar?
Ou desprezar?
Ou consentir?
E por que não silenciar?

Que tal, amada,
uma rima desbotada
como sorrir,
aquietar-se
ou desprezar?

E por que não fazer o poema
sem a rima,
sem seu ritmo,
seu flutuar?

Por que não deixá-lo torto,
não deixá-lo morto,
não deixá-lo como ele está?

Por que fazer o poema
se não se acha uma rima
para fazê-lo voar?

Esquece, amada!
Não há poema para rimar,
não há rima para explicar,
não há nada pra se falar,
do sentimento profundo
de nós dois,
pobres poetas,
que vasculham o alfabeto
à procura das palavras
para o poema alinhavar.

Esquece, amada!
Nada mais vou procurar,
eu tenho medo por nós,
o poema é perigoso
e pode achar uma rima
para o verbo magoar.

E se eu achar esta rima,
a rima certa, dolorosa,
a rima dura,
a rima pura,
a rima rica para rimar?

Se eu achar esta rima
na certa , amada minha,
os corações vão sangrar.
(Santos/Sp/Parte Final/11:35hs)

publicado por Antonio Medeiro às 03:16
Terça-feira, 28 / 12 / 10

A respeito de navios

Meu canto, amada,
passeia pela cidade sem alma
e descansa no porto.

A fome, embrutecida mulher,
discursa calma na periferia do porto
e espalha com pressa
sua doce mentira.

O trigo não alimenta
ele abastece de ouro
o estômago dos navios
e derrama o suor salgado do homem
no oceano de sal.

Ao longe, amada,
os guindastes transportam
o sofrimento humano
em pesadas cargas.

Os navios, criaturas pré-históricas,
chegam e partem
trazendo e levando em cada saco
em cada container
um pedaço de alma
um pedaço de corpo
um pedaço de vida.

E ninguém se importa.
Ninguém percebe o sofrimento duro
que os navios transportam.

Os homens procuram comida
(uns nos bares, outros nos lixos)
e comem suas feridas estampadas no bife
e no pão amanhecido.

Estou apreensivo, amada,
amargurado e pensativo
sentado no cais infinito.

Não penso em navios
nem em trigo
nem em feridas.

Penso na alma dos homens
suas vidas tristes
seus olhos sem ritmo
seus corpos anfíbios.

Penso neles, amada,
e no espelho das águas,
à beira do cais,
sou um deles
a vigiar navios.

Ah, amada,
como sou patético
a contar navios e navios
de sofrimento humano
como quem conta estrelas.

E o que importa isso?
Nada os detêm.
Nada os interceptam.

Longe, agora pequeninos,
eles avançam nas águas
carregados de dores
e sem qualquer importância
caem um a um
no abismo azul e profundo
do horizonte sem fim.
(Santos/Sp/13:10hs)

publicado por Antonio Medeiro às 06:58
Quinta-feira, 08 / 01 / 09

A 9ª PEQUENA HISTÓRIA DE AMOR

Poemas Escolhidos

 

Eu vou
mas logo volto
disse o amado à amada:

E nem olhou para trás
o malvado!
.
TõeRoberto10:187-post in jampa/pb

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Terça-feira, 30 / 09 / 08

A 7ª PEQUENA HISTÓRIA DE UM DIA

Poemas Escolhidos

 

Sem graça?
Será o dia sem graça
pra alguém que fez o que fiz?


Dei beijos na minha amada
chorei um pouco...
sorri!


Fiz 35 poemas
fechei os olhos...
dormi!

.
(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
Post in Jampa/PB
.

música: My serenade - The Platters
publicado por Antonio Medeiro às 04:43
Blog de TõeRoberto

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