Eu
silêncio
duas almas juntas
de dia choram
de noite sonham
possuir universalmente
o cogumelo gigante
da ogiva.
Bum!!!...
Eu
silêncio
duas almas juntas
de dia choram
de noite sonham
possuir universalmente
o cogumelo gigante
da ogiva.
Bum!!!...
Poemas Escolhidos
Com seu argumento sólido & cinzento
a cidade anda.
Cospe vidro, mija acrílico
exala fumaça, caga ferro... espalha!
A cidade é palha:
frágil feito carinho
quebra-se toda em estalos.
Expande-se a esmo sobre corpos mortos
penetra veias esclerosadas.
A cidade fala:
são ruídos roucos, palavras gastas.
Procura espaço no espaço.
Não há espaço no cansaço quente
dos metais pingentes dos seus braços.
A cidade passa:
levanta vigas, derrete aço
aperta vidas, escurece almas.
A cidade mata com suspiros fundos
delírios mudos, o pássaro.
Eu passo com meu corpo lento
os pés de piche, as mãos de pano
o peito turvo, a boca amarga
os nervos tensos, a visão escrava.
A cidade brada: não sou nada!... nada!
Olho a praça de cimento armado
preparo os ossos... batalho!
O rato corre entre folhagens
de plástico verde desbotado.
Com seu argumento sólido & cinzento
a cidade ataca.
Cospe vidro, mija acrílico
exala fumaça, caga ferro... massacra!
A cidade baila feito fada
levanta a varinha & me empalha.
A cidade brada: não sou nada!... nada!
Aceito, canto uma toada.
Aplausos... vaias!
Na tarde, a cidade escura
é minha mortalha.
Nada a impede ou atrapalha
de em mim colocar as suas garras.
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(Fonte: Poema - Autoria de TõeRoberto)
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