Era uma vez um menino que nasceu em Minas Gerais.

Adorava cinema, livros e circo.

Grande sonhador!

Assistia aos espetáculos circenses por baixo da lona.

Amava o palhaço, o ilusionista, a bailarina e o equilibrista... amava o circo inteiro!

Mas gostava mesmo era de ler as placas dos caminhões que transportavam o circo: Aracaju, São Paulo, Adamantina, Sumaré, Santos, Belo Horizonte, Cabobró, Sobradinho, Remanso, Juazeiro, Sobral, Recife, Caicó, Linhares, Campos, Cuiabá, Guaranésia, Eunápolis, Ilhéus, Tibau do Sul, Cássia, Olinda, João Pessoa...

Lugares!... Imaginava os longes, as distâncias... os lugares nos mapas.

Sonhava fugir com o circo, pegar uma estrada comprida, uma estrada sem fim... uma estrada para o infinito... um enredo para a sua vida.

Cresceu, não fugiu com o circo, mas caiu na estrada.

Hoje, 55 anos, caminha pela estrada sem fim... a caminho do infinito - o enredo da sua vida ainda sendo escrito.

Acredita que o sonho sonhado está em pleno sonhar e tudo se encaixa perfeitamente nos limites do encantamento da sua vida.

Vez em quando se lembra do circo e, hoje, tem certeza que os personagens mais importantes do circo da sua infância eram o palhaço e o equilibrista.

Afinal de contas, as profissões da sua vida!

De resto, a estrada continua sem fim, o seu enredo ainda está longe de terminar e o circo dorme, em silêncio, no profundo da sua memória de criança.

Era uma vez um menino que sonhava fugir com o circo e caminhar por uma estrada infinita.

Era uma vez um menino que cresceu, fez da sua vida um circo e nunca mais saiu da estrada sem fim.

Era uma vez...

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TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 05:00