Poemas Escolhidos

 

Qualquer dia descerei a tua profundidade
e procurarei no teu poço de ilusões
as armas para a nossa reviravolta.


Serei dentro do teu labirinto de escuridão
a lanterna mágica que iluminará teu caminho vazio
o guia universal da tua cegueira antiga
o teu ideal.

 

Caminharei devagar
e quando pela tua noite adentro pressentir
que te acomodaste na primeira bonita e inútil fonte interna
para descansares tua vontade de reação
eu te alertarei
e com meu punhal de perseverança furarei de leve
tuas paredes sensitivas
e gritarei tua noite adentro
com a plena força dos pulmões
que existe um erro.

 

Serei para sempre até o dia da tua
crônica decisão
a luz e o espinho do teu infinito interior
e só te deixarei em paz
quando tua íntima usina produzir
suficiente energia
e a claridade da tua plenitude de tomar
como toma o sol o dia
e quando através da tua própria vontade
gritares infinitamente
pelo interior redescoberto
a palavra mais amiga
mais bonita
mais iluminada
que tu um dia engoliste.

 

Só então subirei pelas rampas da tua
consciência adquirida
e virei à tona, para juntos
num espetáculo inesquecível
brilharmos a longa noite dos tempos
com milhões de fogos de artifício.

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TõeRoberto-09:22-post in jampa/pb

música: The Green Leaves Of Summer
publicado por Antonio Medeiro às 04:07