As pessoas não gostam de determinados assuntos.
Tentam esconder, a qualquer custo, o efeito do tempo em suas vidas, como se envelhecer fosse algo vergonhoso.
Cabelos brancos, calvície, queda dos dentes, a libido em baixa, rugas, barriga, seios e nádegas flácidas, pintas... um horror!
Querem ser eternamente jovens.
Cremes, tintas, remédios, academias, cirurgias plásticas, dietas, spas, massagens, etc, etc, etc...
A indústria do rejuvenescimento trabalha a mil para alimentar a voracidade de homens e mulheres que buscam, na tecnologia, a sua fonte da juventude.
E a indústria da 'beleza' espalha pelo mundo o seu glamour, alimentando o ego das pessoas vaidosas.
É necessário isto?
Não nascemos, crescemos, envelhecemos e morremos?
A vaidade excessiva não é uma doença?
Não é mais barato tratar a vaidade do que alimentar a vaidade?
Tirar aquela ruga dos olhos melhora a ansiedade?
A euforia por aquela cirurgia nos seios dura um mês inteiro?
O implante de cabelos faz com que o sujeito durma mais tranquilo?
O sorriso com os novos lábios da Angelina Jolie melhora o humor?
Uma pessoa deve mexer no seu corpo se não estiver doente?
Sei lá, eu sou 1/2 caipira e não gosto muito dessas coisas.
Acho que a vida é extremamente educada e cuidadosa com a gente.
Ela passa devagar e vai nos transformando vagarosamente, imperceptivelmente, da maneira mais poética possível.
E os dias vão passando, e parece que junto com eles vamos amadurecendo a nossa capacidade natural de envelhecer sem traumas.
E também vamos enxergando menos, vamos ficando menos exigentes, menos obcecados com a eternidade.
E, uníssonas, todas as nossas partes vão se transformando no mesmo ritmo... uma orquestra em execução ao cair da tarde.
Com o maestro tempo movimentando a sua batuta invisível.
TõeRoberto