Homens&Pássaros

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Sexta-feira, 24 / 02 / 12

Reflexões sobre a vida

A maioria das pessoas que conheço se vangloria do amor, do relacionamento... da vida.


São os tais!


Têm tudo sobre controle!


A relação com o companheiro/companheira, rebeldia dos filhos, falta/excesso de dinheiro, estilo de vida.


São extremamente competentes em tudo que se relaciona à convivência homem/mulher, homem/sociedade, eles com eles mesmos.


São verdadeiras fontes de competência e equilíbrio.


O que acontece comigo?


Tudo é tão díficil!


Enxergo a maioria das pessoas infelizes, inclusive eu, minha companheira, meus filhos, meus amigos.


Falta algo no relacionamento humano; muito no familiar.


Parece que tudo é ensaiado e todos os passos e atitudes são previsíveis.


Parece que temos um contrato virtual onde fazemos de conta que não temos problemas.


E temos que parecer felizes, principalmente depois que plantamos uma árvore, temos um filho e escrevemos um livro.


E o sistema se sustenta!


Agradece!


Amanhece mais forte a cada segunda-feira.


E cria fantasias, felicidades subliminares escondidas na feiura da sua beleza metafórica.


E vamos destilando a nossa felicidade amarga nas faturas dos cartões de crédito, nos paredões do BBB, na nossa responsabilidade forçada, no faz de conta que está tudo bem.


E vamos nos locupletando nas conversas atravessadas deste grande idiota que é igualzinho a todos vocês.


Acredita em passarinhos verdes.


Acredita na beleza inadiável do futuro.


Acredita que o ser humano é encantado.


Que já encontrou o seu Shangri-La...
 

Só que não sabe como abrir a porta.


TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 18:07
Sexta-feira, 17 / 02 / 12

A respeito da fêmea

Aposto que você pensava:
 

Eu sou homem; ela, mulher; eu sou macho; ela, fêmea; eu posso, ela não pode!


Que você desfilava o seu perfil:


Macho, gostoso, bonitão; eu posso, eu faço; ela não faz.


Era assim?


Era!!!


Hoje, meu caro, quem vai pro terapeuta é você.


O posso, o faço, o mando, o desmando, o como, o não como já eram.


Além do mais, hoje em dia, ela também gosta da sua bundinha.


Independente, gostosa, bonita, feia:


Ela pode, ela faz, ela não faz; manda, desmanda, dá, não dá.


Agora é assim!


Você é um adendo... um adorno.


A fêmea avança.


Você se encolhe com essa merdinha/merda/merdona que tem no meio das pernas - não importa o tamanho, a insegurança é a mesma -, e tenta esconder o constrangimento, cada dia pior.


Porque ela, a fêmea, aprendeu que o seu pedacinho do céu é perfeito:


Insaciável, renovável, incansável, lavável, cobiçável...


Às vezes amedrontador e, por tabela, broxador.


E vamos ficando obsoletos; o nosso futuro é o esquecimento.


Ainda vamos no transformar em peças de museu.


Porque agora, meu amigo, nem pra pagar o cabeleireiro e reproduzir ela precisa de nós.


Mas ainda assim, com toda a justiça do mundo, nos resta uma saída:


A maravilhosa, fantástica, humana e libertária punheta.


Saravá!!!


TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 18:03
Sexta-feira, 10 / 02 / 12

À procura de Jesus

Solteirona, 38 anos, Marizilda, desde os 07 anos de idade, andava à procura de Jesus.


Ninguém sabia se ela O havia encontrado porque, com certeza, não era muito convincente nos seus discursos do dia a dia.


Mal-humorada, tensa, nervosa, irritadiça... às vezes O negava em suas preces secretas.


Poucos amigos, igreja de segunda a segunda.


Canais de tv, só os que transmitiam programas religiosos.


Livros, só a Bíblia ou similares.


Penitências, novenas - terço na mão onde estivesse.


Uma mulher de 38 anos, traços bonitos, recatada, sufocada pelo mar da fé.


Uma manhã, a fatalidade:


O sacristão da igreja da comunidade se foi - ataque cardíaco fulminante.


Choros, velório, enterro, mas a vida continua.


Foi providenciado outro sacristão.


15 dias depois, Marizilda, ao chegar à igreja, deparou com um rapazote dos seus 23 anos fazendo uma arrumação no altar.


Marizilda ficou olhando.


O rapaz era bonito - pensou -, e ficou corada.


E levava jeito no arranjo das flores, na arrumação geral do ambiente.


Ficou ali de pé.


Olhava, com curiosidade, a arte do rapaz.


Nisso, ele se vira e crava os olhos verdes - como os de Jesus - nos olhos azuis de Marizilda.


Ela corou novamente e deixou cair o terço - nervosa.


Ele se aproximou, abaixou-se, pegou o terço e entregou a Marizilda.


Ela corou novamente.


Ele se apresentou:


Sou o novo sacristão, meu nome é Jesus.


Corou 450 vezes sucessivamente, ficou tonta, o chão faltou-lhe, agarrou no encosto do banco pra não cair, e sentou-se.


Zonza, ainda ouvia a voz do rapazote:


Sou o novo sacristão, meu nome é Jesus.


Não conseguia entender o que se passava com ela.


Rezou em silêncio 09 ave-marias, 11 pais-nossos, 05 salve-rainhas e mais umas 30 orações que conhecia.


Jesus ficou ali tentando acudi-la.


E quanto mais ele pegava as mãos de Marizilda pra confortá-la, mais tonta ela ficava, mais ela rezava intimamente, menos ela entendia o que se passava com ela.


E do nada, com Jesus segurando suavemente as suas duas mãos e com os olhos verdes cravados nos seus olhos azuis, Marizilda sentiu um fogo, uma onda quente subir pelas pernas, passar pelas coxas, pelo meio das pernas, pela barriga, pelos peitos e subir para a cabeça.


Amoleceu de vez e teve um arrepio que chacoalhou seu corpo inteiro e, por um segundo, pensou estar tendo um ataque epiléptico.


E teve outro...


E outro...


E outro...


E outro...


Sem perceber, havia encontrado Jesus.


TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 18:02
Sexta-feira, 03 / 02 / 12

Receita para uma vida saudável

Conselhos de um especialista no assunto:


Todos os dias, antes de levantar, dê umas boas cafungadas no cangote do seu amor.


Depois, dê uma bela trepada e, pra terminar, fique morgando na cama por + ou - 1/2 hora.


Importante: sempre fume um cigarro antes, um durante e um depois.


Nunca acorde com despertador, esta porra acaba com o humor de qualquer cidadão.


Levante, dê uma boa cagada, e tome um banho bem quente... de aproximadamente 40 minutos.


Coma 2 bananas, 2 ovos fritos, 2 fatias de presunto, 2 fatias de queijo amarelo, 2 fatias de bacon, pão com bastante manteiga e 2 xícaras de café.


Nada de leite que você não é mais criança.


E nada de suco de cenoura que deixa você amarelo.


Comece a fumar, é um novo dia, e vá trabalhar!


Isto é uma merda, mas não dá pra viver sem esse troço.


Em chegando à repartição com muita vontade de trabalhar, não se faça de besta; escolha um cantinho bem escondidinho, acenda um cigarrinho e fique lá. Assim que a vontade passar, você vai pra sua mesa.


E fume muito que é bom pra enganar as horas e o almoço chega rápido.


Enquanto ele não chega, dê uma olhada nos seus e-mails, azare uns sites de mulher pelada e coloque em dia o seu facebook.


Almoço: 2 horas no máximo, mesmo que você só tenha 1 hora.


Cardápio: um caldinho de mocotó como entrada, ovos, picanha com bastante gordura, batatas fritas, feijoada, cozido, carne de porco, feijão-tropeiro, costela de vaca, virado à paulista, mão de vaca, tudo que lhe dê substância pra aguentar o resto da tarde.


Importante: tudo isto regado com muita cerveja, caipirinhas e cigarros.


Nada de salada que você é gente, não é mandruvá.


E nada de suco que suco enche a barriga e você não come direito.


Enrole o resto da tarde, que ninguém é de ferro.


Após o expediente, saia com os amigos e vá xavecar umas 'pegadas' no boteco.


Entre uma apalpada e outra, tome umas 10 cervejas, umas 7 caipirinhas e fume umas 2 carteiras de cigarros.


Acompanhe sempre de um queijinho provolone à milanesa, um salaminho com limão, um baconzinho frito, uma batatinha crocante e mais um caldinho de mocotó.


E vá pra casa!


Lá chegando, dê um beijo no seu amor, que não se chega em casa sem dar um beijinho no amor.


E ataque a geladeira.


Faça um pratão com tudo quanto é tranqueira que existir: queijo parmesão, queijo de coalho, salaminho, copa, bacon, azeitona, tomate, rabanete, pepino. Encha de azeite, pimenta-do-reino, pimenta calabresa e coloque na mesa.


Coma tudo acompanhado de mais umas 6 cervejinhas long neck e umas 3 caipirinhas. Fume mais uma carteira de cigarros e, pra encerrar o expediente, enfie o rabo no sofá.


Novela não, pelo amor de Deus, que esta merda dá sono e você vai acabar roncando e peidando que nem um condenado no meio da sala.


Lá pelas 23 horas o seu amor vai lhe acordar.


Não tem jeito, com novela ou sem novela você vai sempre dormir, roncar e peidar no meio da sala.


Não esquente, que isto é sinal de saúde!


Hora da cama!


Não precisa tomar banho, que daqui a pouco é dia e você toma aquele bem demoradão pra ajudar com a ressaca.


O amorzinho vai reclamar do seu cheirinho, mas isto é normal.


Ele já se acostumou com você e só reclama para manter a rotina.


Um empurrãozinho pra lá outro pra cá, uma cafungadinha no cangote e uma bela tentativa de dar uma trepada.


Não se preocupe: no meio da coisa você vai roncar.


Mas isto é normal, porque o seu dia foi muito difícil.


Deixe este assunto para amanhã de manhã, vire pro canto e durma o sono dos justos.


Que amanhã você terá outro dia maravilhoso.


E uma regra importante: nunca vá ao médico, o safado só serve pra inventar doença.


E vou afirmar sem medo de errar: neste ritmo, você emplaca os 90 anos sabendo o seu nome e ainda vai estar limpando a bunda.


E, quem sabe, dando uma de vez em quando!


TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 18:04
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