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Terça-feira, 18 / 01 / 11

Antonialvo

Ela passou com sua bundinha empinada - 10 anos, 20 vezes por dia - semana de 05 dias.

Antonialvo rabiscou o rabo do olho pela 52.800 vezes.

Baixou a cabeça e continuou trabalhando.

Ela passou pra ir ao banheiro com a sua bundinha empinada.

Antonialvo rabichou o rabisco do olho.

Baixou a continua e cabeçou trabalhando.

Ela voltou do banheiro com a sua bundinha empinada.

Antonialvo rabiscou o olhado do rabo.

Baixou o trabalho e continuou cabeçando.

Ela passou mais 17 vezes com sua bundinha empinada.

Antonialvo...

Baixou...

À tarde, Antonialvo depois de tantas idas vindas daquela bundinha empinada estava sereno.

Deixou o rabichou com o olho do continuou e cabeçou o rabo do trabalhando.

Foi internado com 40 graus de febre, com 52.800 bundinhas empinadas girando no meio da sua cabeça.

90 dias de licença.

E o médico o aconselhou mudar de emprego, onde ela não passasse 20 vezes por dia com a sua bundinha empinada.

Dizem que Antonialvo passa bem!

Só as consegue palavras organizar não direito!

publicado por Antonio Medeiro às 10:17
Terça-feira, 11 / 01 / 11

Sobre ontem à noite

Sobre ontem à noite
na interminável madrugada de silêncios
eu quero derramar o meu pesar.

Quero concluir o inventário
das quinhentas mortes que vivi
e selar com a saliva clara
tantos segredos que eu li.

Não sou tão próximo de mim mesmo
não costumo atravessar os meus limites
pois tenho medo das penumbras
que no sonho atravessei sem perceber.

Sobre ontem à noite
nada restou do meu arbítrio
ficou um gosto de cinismo
encravado nos meus dentes de metal.

Já não entendo os meus sentidos
estão próximos demais pra se pegar
os meus sentidos estão frios na escuta
de alguma coisa que virá me triturar.

Sobre ontem à noite
nada ficou de lembranças para lembrar
ficou um pouco dos silêncios das cortinas
um pouquinho do subúrbio a lamentar
um pouquinho da loucura a se espalhar.

Ficou um pouco do desejo de vingança
só um pouquinho de furor a se esgueirar
por entre os nervos dos meus olhos extravagantes
que no momento fazem tudo pra me arruinar.

Sobre ontem à noite
do inventário nada restou pra se falar
ficou tão quieto aquele momento sem beleza
ficou tão muda aquela certeza do pesar
ficou tão clara a solidão pelas tabernas
pelos prostíbulos, viadutos, porto e mar
que o silêncio tão vigoroso dos ouvidos
deitou na noite e em silêncio foi chorar.
(Santos/Sp-22:30hs/Segunda-feira)

publicado por Antonio Medeiro às 18:15
Terça-feira, 04 / 01 / 11

A guerra dos mundos

Do nada:
Eu tô sabendo!

O quê???

De tudo!

Tudo o quê?

De tudo, do começo ao fim!

Que começo, que fim?

O que cê anda aprontando!

Aprontando o quê?

Cê vai se fudê!

Para com isso!

Cê nunca quer falar nada!

Falar o quê?

Seu puto!!!

Porra, o que é?

Cê sabe o que é!

O que é?

Cê é muito safado!

Cê enche o saco!

Eu só sirvo pra isto!

Enche mesmo!

Não tô aguentando mais!

Aguentando o quê?

Tudo!

Tudo o quê?

Nós... nós... tudo!

Pelo amor de Deus!

A cerveja todo dia!

O que tem a cerveja?

Nada, a cerveja não tem nada!

Mas estamos brigando por quê?

Eu não tô brigando!

Tá brigando!!!

Não tô!

Mas eu tinha feito uma coisa!

Que coisa?

Uma coisa!

Que coisa, não falei nada disto!

Falou, eu ia me fuder!

Cê tá louco!

Cê é que tá louca!

Tá vendo?

Vendo o quê?

Como você me trata!

Trato como?

Você... seu... seu grosso!

Eu???!!!

Esse seu jeito!

Meu jeito!

É, seu jeito!

Pelo amor de Deus!

Olha, enchi, precisamos sentar e discutir a nossa relação!

Mas estamos discutindo a nossa relação!

Não!

Como não?

Não, discutir... discutir mesmo a nossa relação... do jeito que vai não dá!

Não dá o quê!

Porra!!!

Chega, amanhã a gente conversa!

É sempre assim!

Sempre assim, o quê!

Assim!...

Vou dormir, tenho que levantar cedo!

Eu também tenho!

Então vamos dormir!

Você nunca quer conversar!

Estamos conversando!

Assim, não!

Como assim, não?

Assim!...

Amanhã!

Amanhã sou eu que não quero conversar.

Boa-noite!

Boa-noite... no sofá!!!

Do nada, disputando o sofá com o cachorro!

publicado por Antonio Medeiro às 07:18
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