No quarto
na parede fria
ronca o relógio
máquina sádica
levando com ele
a cada ronco triste
um pedacinho
da minha alma alada.

 

E eu calado
imerso na vida
ouvindo o ronco
nem sei mais do quê
me confundo todo
neste desatino
mergulhando fundo
nesta solidão
não sabendo ao certo
se é o relógio louco
ou se são as cordas
do meu coração.

.
TõeRoberto

publicado por Antonio Medeiro às 05:00