Era uma vez um Presidente da República que nasceu, virou menino, pescou, nadou, jogou bola e bebeu cachaça com os meninos que, como ele, não tinham futuro na vida.

Comeu o pão que o diabo amassou com o rabo: passou fome, doença, sede, frio e não aprendeu o beabá.

Foi empregado, desempregado e entrou em tudo quanto é estatística ruim publicada nos jornais.

Virou operário, engordou, deixou crescer a barba, perdeu o dedo, criou cabeça, subiu palanque, organizou greves fantásticas, protestos, passeatas e sempre botou o seu na reta para ajudar aos pobres.

Fez tanto sucesso que foi ficando importante... importante... importante e sua importância viajou para o exterior.

A importância ficou tão importante que ele passou a sonhar em ser dono do Planalto Central.

Aí foi deixando de lado a sua humildade, os amigos de antigamente e começou a andar com más companhias.... muitas más companhias mesmo.

Aí para conseguir o que queria foi percebendo que quanto maior a má companhia mais chance ele teria de ser dono do Planalto Central.

Então... vendeu sua alma ao diabo!

E assim foi. Se tornou dono do Planalto Central - por duas vezes.

E hoje está lá. Usa ternos que não sabe dizer o nome, ele que sempre andou de camiseta e boné. Bebe sua cachacinha escondido. Bota botox de vez em quando. Viaja pelo mundo inteiro. A esposa ficou muito mais jovem, mais bonita com os tratamentos que recebeu no Planalto Central. Os filhos estão bem. O cachorro também.

Aprendeu a falar muita merda com as más companhias. Tudo que ele criticava nas más companhias hoje ele fala, faz e assina embaixo.

Demagogia é o seu prato preferido: come no café da manhã, no almoço e no jantar... e oferece aos amigos.

Quando se olha no espelho já não enxerga mais o operário, o homem do povo: enxerga o dono do Planalto Central, um sujeito fodão que não aprendeu o beabá e chegou lá.

Se vê como um exemplo vivo de que a gente não precisa estudar pra ter sucesso na vida.

Era uma vez um Presidente da República grevista, operário, pobre que não quer mais saber de greve, operário... pobre!

Era uma vez...

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TõeRoberto-post in jampa/pb

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00