Homens&Pássaros

pesquisar

 
Quinta-feira, 09 / 04 / 09

PERGUNTA (O AMOR?)

Existe o amor? ou o amor é um mito
ou o amor é um quisto
um fogo, um bicho
que arregaça a carne e arranca as tripas?
Ou o amor é um crime, um tiro, um grito
numa rua escura, no fim de uma trilha?

 

Existe o amor? ou o amor é um vício
ou o amor é um circo
no palco um arrepio
que o palhaço sente na hora do riso?
Ou o amor é o frio da neve, no rio
que encontra o mar no fim do caminho?

 

Existe o amor? ou o amor é turista
que chega, pergunta, viaja, conquista
e compra sem juros, sem prazo, sem vista
depois faz as malas, parte, desiste
não deixando rumo, nem nome, nem pista?
Ou o amor é nada, é estático, fixo
fruta polpuda jogada no lixo
cheio de cortes, manchas, bichos
que o pobre apanha, cheira, apincha
bem longe de todos os seus cupinchas?

 

Existe o amor? ou o amor não existe
ou é sonho, água, bruxa, feitiço
brilho de olhos de astro, artista?
Ou é dor de dentes, de rim, de ouvido
réu condenado, carrasco, martírio
ou é um instante movido a pilhas?

 

Existe o amor? ou o amor não existe
ou é selo, carta, mistério, magia
ave ferida, sem vôo, caída
no mangue, no brejo, no mar da Bahia?
Ou é um cavalo montado, ferrado
que galopa no espaço da noite e do dia
soltando um fogo verde-azulado
pelo couro, as patas, a boca e as crinas?

 

Existe o amor? ou o amor não existe
ou é cor, é fantasma, flechada, ardil
cilada armada com o riso sutil
que leva o cão a fugir do canil?
Ou é telegrama de gente que viu
a morte, a vida defronte o fuzil?
O amor é eterno ou é mortal e efêmero
como um homem hostil?
Ou o amor é cantiga de noite de frio
que aquece os ossos, dá força e dá brio?

 

Existe o amor? ou o amor não existe
ou é sono, anseio, fome, delícia
grito de guerra, fúria, carícia?
Ou o amor é um cego, no meio da pista
tentando escapar do risco de vida?
Ou o amor é peteca que dança
nas mãos e nos olhos de João e Maria?
Ou o amor é sevícia, tortura, ferida
preso nos porões do escuro da vista?

 

Existe o amor? ou o amor não existe
ou é sangue, carne, suor, combustível
fita de chita comprada em butique?
Ou o amor é uma flor muito rara e bonita
nascida da lua e de um sopro de vida?

 

Existe o amor? ou o amor não existe
ou é homem, mulher, criança, rixa?
Ou é simplesmente o cheio e o vazio?
O amor?

.
TõeRoberto-post in férias por aí/br

música: Virada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Segunda-feira, 06 / 04 / 09

ÉDER JOFRE

Assunto: Boxe.

Ídolo: Éder Jofre.

Categoria: Pesos Galo e Pena.

Quantidade de lutas: 78 lutas.

50 vitórias por nocautes, 22 por pontos, 04 empates, 02 derrotas.

Títulos: - Campeão da Forja de Campeões (amador) - 1953; Campeão Brasileiro dos galos - 1958; Campeão Sul-americano dos galos - 1960; Campeão Mundial da AMB (Associação Mundial de Boxe) dos galos - 1960; Campeão Unificado (títulos pelas federações americanas e europeias) dos galos - 1962; Campeão Mundial dos penas pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe) - 1973.

Não gosto desse tipo de esporte. Sou meio fresquinho: não gosto de violência.

Nada sei a respeito da índole, do caráter e do posicionamento de Éder Jofre no mundo. Só quero falar do esportista Éder Jofre.

E vou dar a mão à palmatória: Éder Jofre é um verdadeiro ídolo nacional. Daqueles que se fazem ralando a cara no chão.

Existisse o Galvão Bueno na época a gente tava ferrado: "ÉÉÉÉÉDEEEEERRRRR JOOOOOFREEEEE do Brasil. Aguenta coração!"

O sujeito era desaforado e foi, segundo a imprensa, roubado nas 02 derrotas que sofreu para o japonês Harada.

É aí que quero chegar:

Ano: 1965 - 17/05 - segunda-feira.

Eu: 13 anos, cursava o ginásio.

Palco: Nagoya, no Japão.

Luta: Éder Jofre x Masahiko Harada

Pega: 15 assaltos.

Horário: Não sei exatamente, mas pelo fuso horário à noite no Japão e de manhã no Brasil.

Resultado da luta: Éder Jofre perde por pontos.

Mesmo numa época em que comunicar-se não era coisa fácil, a notícia correu rápida. O que se viu foi um país consternado com a derrota do seu ídolo.

Na minha escola, pelo menos, as aulas foram interrompidas e fomos mandados para casa, tamanho a revolta e o desapontamento das pessoas.

Existisse Galvão Bueno naquela época, ele tinha se matado.

O Brasil já foi um país de colhões.

Hoje, em matéria de esporte, grande parte dos ídolos do Brasil são filhos dos 'Galvões Buenos' da vida.

A identidade nacional fica na ponta da chuteira - não, na ponta da língua do grande galanteador do patriotismo nacional.

Éder Jofre é uma lenda no esporte brasileiro. Realmente defendeu as cores do Brasil com o sangue do seu rosto.

Merece todas as honras nacionais como esportista.

E o Galvão Bueno ganharia muito mais prestígio e dinheiro como pastor: Deus é um Ídolo que nunca morre.

'Ídolos' não é o que ele mais gosta?
.
TõeRoberto-post in férias por aí/br

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Sexta-feira, 03 / 04 / 09

SINAL DA ROSA II

Violáceos olhos
no firmamento
possível porta
sentido pleno.

 

Ao olho atente
leve semblante
fino desenho
sonho de infância.

 

Sonho criança
vida pequena
lágrimas verdes
face serena.

 

Vida em silêncio
perfil do tempo
sinal das marcas
doce veneno.

 

Sinal das horas
frio lamento
longa viagem
abismo intenso.

 

Frio destino
espera lenta
ausência nua
quedas amenas.

 

Violáceas sombras
imagens densas
olhos cansados
passar do tempo.

 

Denso resíduo
vis elementos
vida ungida
com mil dilemas.

 

Resíduos vivos
ato solene
colhidas flores
dura sentença.

 

Violáceos olhos
flores pequenas
ara dos templos
finda presença.

 

Cai sem palavras
pétala tensa
no fundo espaço
do esquecimento.
.
TõeRoberto-post in férias por ai/br

música: Variada
publicado por Antonio Medeiro às 05:00
Blog de TõeRoberto

Abril 2009

D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
13
14
16
17
19
20
22
23
25
26
28
29

Comentários recentes

  • Sem palavras, silenciou e falou.Sem Palavras! Caro...
  • Caro TõeRoberto,Exceto pela parte do dedo no vidro...
  • Elimine os filtros, Primo! Não é fácil... eu que o...
  • show de bola o texto, especialmente as frases fina...
  • Olá, desculpa o meu Português não escrever bem per...

mais comentados

Subscrever feeds

blogs SAPO


Universidade de Aveiro