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A violência contra a mulher é endêmica.

Elas não são vítimas só da violência doméstica: são abordadas nas ruas, nos transportes urbanos, elevadores; sofrem assédio sexual no emprego; pagam pelos erros dos seus maridos; são mal-atendidas nos hospitais; recebem salários menores que os dos homens e são taxadas de incompetentes, por exemplo, quando estão dirigindo.

Ao contrário do que se pensa, a violência contra as mulheres não é um privilégio dos pobres.

Ela está enraizada em todos os níveis da sociedade, não importando a raça, a religião, a escolaridade e a posição social.

A violência contra as mulheres da Classe A parece ser bem menor que as das Classes B e C, o que não é verdade.

As estatísticas da violência entre as mulheres da Classe A talvez sejam menores porque, por motivo de dependência e estabilidade financeira, por medo, por vergonha ou para proteger o nome da família, elas não denunciam os seus companheiros às autoridades.

Muitas vezes 'as autoridades' são os seus maridos, os seus companheiros.

A violência absoluta contra as mulheres tem um só motivo: o machismo.

Para o promotor Westei Conde, coordenador do Centro De Apoio Às Promotorias De Defesa Da Cidadania De Pernambuco, só mudanças culturais irão modificar o tratamento dado à mulher.

"A violência é um aprendizado, os homens são socializados para ter a violência como uma forma de resolução de conflitos."

O machismo é uma doença na sociedade brasileira, com um agravante: as próprias mulheres mantêm posições machistas contra elas mesmas.

Por exemplo: é muito comum a gente ouvir da boca de uma mulher que a mulher de fulano mereceu levar umas 'porradas' porque é muito 'folgada!', muito 'espaçosa!', "fala demais!'

Homens que, no início de relacionamentos, são educados, divertidos, responsáveis, compreensivos, podem, após o casamento ou o morar juntos, se tornarem pessoas extremamente violentas e possessivas.

É um comportamento que não tem volta!

Continua...
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música: Genuit Puerpera Regem - Monjes Del Monastério De Santo Domin
publicado por Antonio Medeiro às 05:03